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quarta-feira, outubro 28, 2015

A estrada da Democracia




O número de casos de corrupção que tem emergido no tempestuoso oceano político de nosso País tem levado cada dia mais, ao descrédito da população naqueles que deveriam representar os nossos anseios de cidadania e de desenvolvimento, pesquisas de diversos institutos têm mostrado que a classe política anda desmoralizada e desacreditada, uma delas (IBOPE, divulgada em 26.10.2015), afirma que os principais nomes a uma possível candidatura a presidência da república estão tecnicamente empatados no quesito rejeição, amargando índices acima de 52 por cento. A percepção de que não existe político honesto parece ganhar cada vez mais força no imaginário popular.

Quando os gregos desenvolveram o conceito de democracia – o governo do povo pelo povo – pretendiam que a participação de todos os cidadãos decidisse o rumo do Estado, dando-lhes voz e voto. Claro, que apesar do belo conceito, somente homens livres e dotados de certos direitos tinham tal privilégio. Ainda assim, a ideia evolui e ganha uma nova roupagem no período renascentista e depois com as revoluções burguesas que marcaram o início da revolução industrial, a democracia representativa estava criada e o voto se tornou o instrumento que deveria tornar a vida social mais aprimorada e participativa.

O voto, no entanto, não começou sendo um direito universal e muitas foram as lutas para que ele enfim se tornasse um direito de todos, um exemplo marcante pode ser encontrado nos movimentos negros dos Estados Unidos que por décadas tentou implantar a igualdade social capaz de, ao menos legalmente, colocar numa mesma balança negros e brancos, homens e mulheres. Muito combate ainda há que ser feito para que essa igualdade seja realmente concreta.

A Democracia não é uma instituição que esteja pronta. Desse modo, ela não é um instrumento perfeito e ainda necessita evoluir e buscar formas de inclusão dos cidadãos. Mas uma coisa é certa, ela é o instrumento mais adequado a realização da promoção da igualdade e da proteção individual e coletiva que somente podem ser alcançadas pela participação da sociedade. Mais do que um dever, estar envolvido nas discussões e na vida política do País é um direito que deve ser exercido com cuidado por cada um de nós.

Somente buscando agir como cidadãos, cumprindo nossos deveres sociais e fiscalizando nossos representantes eleitos, exigindo o cumprimento aos nossos direitos e respeitando o próximo é que podemos pavimentar a estrada que irá nos levar ao desenvolvimento de uma democracia plena em que o bem estar geral da população seja um fim e não um meio para atingir o poder. Não podemos nos eximir da participação nesse processo sob pena de continuarmos a obter resultados ainda piores de desenvolvimento humano e social.

Pra alguns pode parecer cedo discutir eleições, por exemplo, mas é preciso que tal discussão ocorra diariamente em nossas vidas, nas escolas, dentro de casa, na mesa de bar, nas igrejas, etc. Não dá pra continuar elegendo representantes com base no quanto ele nos paga por um voto, ou escolhendo o “menos pior”. É preciso exigir mudanças e mostrar que somos nós que devemos ser representados e que os eleitos nos devem obediência e sujeição, pois para isso foram eleitos. É preciso conhecer a história política de cada um dos possíveis candidatos e seus planos, verificar sua honestidade e sua coerência política, não dá pra confiar num político que pule de um partido para outro – às vezes de ideologias totalmente contrárias – como quem troca de camisa.

A Educação é um caminho nessa luta pela verdadeira Democracia, e ela não depende apenas de vontade política de prefeitos, governadores ou presidentes. Ela depende da vontade individual de cada um em buscar o seu próprio aprimoramento enquanto ser humano, dotado de consciência e membro de uma comunidade. A educação é o instrumento que liberta a mente do homem, tornando-o capaz de gerenciar o seu próprio futuro, de conhecer e exigir os seus direitos, de admitir e respeitar as diferenças individuais sejam elas religiosas, raciais, de gênero ou sexuais.

É a Educação que nos torna aptos a criar uma sociedade mais justa e eficaz na resolução de conflitos, uma sociedade que trate os seus membros como cidadãos de verdade e não números estatísticos. É a Educação que impulsiona a sociedade a se tornar melhor e verdadeiramente democrática. Mas não se engane, não serão os políticos que iniciarão essa transformação, somente você pode decidir o seu futuro, somente você pode escolher seguir a estrada para Democracia, e ela não é uma estrada fácil e não permite atalhos, é preciso ter coragem de se envolver, de se mostrar e de escolher com consciência e depois cobrar resultados. É preciso enfrentar o interesse dos poderosos e mostrar que o poder é nosso e não deles.

É preciso nos politizar e assumir a responsabilidade. Como diz o ditado, merecemos os políticos que temos, pois fomos nós que os escolhemos e somos nós os culpados pela corrupção e pelos desmandos que aí estão. Se os mesmos políticos não nos representam mais, se não podemos confiar neles, se eles acham que mandam e desmandam, vamos mostrar que nós temos a força pra fazer a mudança que nossa sociedade exige. Você pensou que seria fácil, que a decisão não cabia a você? – Sinto em dizer, você pensou errado: ʺDemocracy it’s a hard way!̠ʺ E a solução é você!

Kiko Moreira.

terça-feira, outubro 21, 2014

Desenhando Michael Jackson - Lápis de cor e muito talento




Pena que nas nossas escolas a arte ainda seja tão pouco valorizada, , quase não aprendemos a usar o lápis de cor, geralmente as crianças limitam-se a colorir desenhos já prontos em cópias xerocadas ou fazer trabalhos manuais sem muita inspiração. Muito menos se estimula o desenvolvimento, o conhecimento e a valorização da Arte; embora saibamos que existem professores que se esforçam para criar tal sentimento, ainda encaramos  tal tipo de saber como algo supérfluo e sem sentido. Ir a museus, ver exposições de arte, conhecer novas culturas musicais, novas danças, etc. ainda não fazem parte do nosso pão diário cultural.

 Michael Jackson desenhado pela artista Heather Rooney

terça-feira, setembro 16, 2014

A eterna estupidez no trânsito





Vamos comemorar como idiotas a cada fevereiro e feriado todos os mortos nas estradas...” Os versos acima são de “Perfeição”, música da Legião urbana e estão no início deste artigo pra que reflitamos o quão estúpida ainda é nossa postura no trânsito diário de nossas confusas ruas, cheias de engarrafamentos por nada, de motoristas que parecem estar numa pista de Fórmula um, onde as pessoas agem como se fossem imunes a qualquer possibilidade de se envolverem ou causarem acidentes, muitas vezes com vítimas fatais e que nem sempre são inocentes também.

Basta sair às ruas pra ver toda sorte de absurdos: É proibido e perigosíssimo dirigir falando ao celular, mas essa é uma das infrações mais comuns de nosso tempo (as mulheres são campeãs absolutas nesse tipo de infração, infelizmente), em que não se pode andar desconectado. E se é um absurdo que um motorista tire a atenção do tráfego para atender ao celular, que dizer de motociclistas que digitam mensagens enquanto pilotam?

Já vi de tudo nesse trânsito louco, contando dá até pra duvidar, mas tudo verdade: mulheres fazendo as unhas enquanto dirigem, homens penteando a cabeleira a 120 por hora numa BR, motociclistas andando lado a lado conversando animadamente, mulheres se maquiando, gente tirando pelos do nariz. Hoje vi um motorista de ambulância conduzindo de forma perigosa enquanto assistia televisão (uma tela de LED bem acima do volante), um olho no sinal, outro na novela.

A imprudência e a falta de educação para e com o trânsito, causam sérios prejuízos financeiros e de saúde. O número de mortes e incapacitações devido a acidentes de trânsito é absurdo. Só de indenizações do DPVAT em 2013 tivemos registradas 54.800 mortes e mais 444.000 pessoas inválidas no Brasil; e sabemos que esses números são bem maiores, pois boa parte dos envolvidos acaba não dando entrada no seguro.

Quando se fala em câncer as pessoas se benzem, batem na madeira e rezam pra que essa doença nunca nos apareça, se houvesse uma vacina que a prevenisse iríamos todos em busca dela. Mais morremos muito mais no trânsito e ainda assim arriscamos sair por aí sem usar os cintos de segurança ou após uma bebedeira. E ainda tem aqueles que dizem que “dirigem melhor quando estão bebendo” mesmo que todas as pesquisas digam que basta um copo para diminuir nossos reflexos e consequentemente nossa atenção ao dirigir.

Até quando “vamos celebrar a aberração de toda a nossa falta de bom senso nosso descaso por educação (...) o horror de tudo isso - com festa, velório e caixão”? – Até quando vamos permitir que acidentes tirem vidas por pura negligência, por falta de atenção a pequenas regras? Será tão difícil deixar pra atender ao celular quando chegarmos a nosso destino? Será que o mundo anda tão apressado que não pode esperar?



A cada dia vemos nas TVs exemplos terríveis de imprudência, de mortes inexplicáveis e desnecessárias; mortes que poderiam ser evitadas com o respeito às regras de trânsito e ao direito do próximo. Enquanto países como a Alemanha diminuíram as mortes no trânsito cerca de 80% nos últimos 40 anos, dados do Mapa da violência publicado agora em 2014 mostram que no Brasil as mortes aumentaram 38,3% num período de 10 anos.

Essa falta de respeito às leis que regem o trânsito brasileiro conjugada com a baixa qualidade dos nossos motoristas, muitos deles conduzindo sem carteira de habilitação nos coloca em 1º lugar no número de mortes relacionadas ao trânsito (se considerarmos os índices do DPVAT), sendo que boa parte ocorre envolvendo motociclistas ou motoristas que dirigem acima da velocidade permitida e aqueles que dirigem alcoolizados.

Mudar nossa postura diante do trânsito pode ajudar bastante na diminuição desses índices, precisamos nos conscientizar que nas ruas e estradas todos somos responsáveis pelas vidas de todos; a imprudência não afeta apenas nosso veículo, ela pode levar a acidentes muito sérios e fatais, temos que aprender a dirigir respeitando a vida: A nossa e dos outros que trafegam ao nosso lado. Só assim para parar de “celebrar a estupidez humana”.

quarta-feira, agosto 27, 2014

‘Eu nunca adicionaria meus filhos no Facebook’, diz pesquisadora

Entrevista com Mimi Ito, professora da Universidade da Califórnia e estudiosa do comportamento jovem na internet

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Por Bruno Capelas, Estadão

SÃO PAULO – Mãe de dois adolescentes e professora da Universidade da Califórnia, a nipo-americana Mimi Ito estuda a maneira como os adolescentes e crianças se comportam na internet, tendo chefiado o Digital Youth Project, pesquisa de 2008 que mostrou como os jovens estão usando a rede para novas formas de aprendizado, amizade, relacionamentos amorosos e busca por informações. No Brasil a convite do Google para a série de palestras Think with Google, Mimi falou ao Link sobre como os pais e educadores devem lidar com o mundo digital, em temas como privacidade, bullying e o crescente uso de dispositivos móveis.

A maioria das pessoas acha que interações online são diferentes do ‘mundo real’. O que a senhora pensa sobre isso?
 
Para a maioria das crianças, o principal uso da internet é uma extensão dos relacionamentos que elas têm ao vivo: elas mandam mensagens ou conversam com os amigos no Facebook — o que nós chamamos de redes de amizades. Mas muitas crianças usam a internet para ter acesso a novas informações, em redes como fóruns e plataformas de games. Nesses ambientes, elas também fazem amigos. Elas, entretanto, tem uma divisão muito clara desses ambientes: seria estranho ter um adulto ou um estranho por perto no Facebook, porque é nesses ambientes que elas se relacionam, fazem amizades ou flertam entre si. Há uma noção muito própria de privacidade e discrição. Meu filho é um gamer, joga com estranhos toda hora, mas eles se conectam por ter o mesmo interesse. É diferente das pessoas com quem ele está mandando mensagens ou conversando no Facebook.

Por que é tão difícil para os pais entender essa diferença?
 
Existem experiências que não foram absorvidas pelo intervalo de gerações. Para o meu filho, jogar em uma liga de StarCraft é tão importante quanto um campeonato de basquete – mas isso não acontece para as maioria dos pais, porque eles não tiveram essa vivência. Nós, como pais, temos de educar a nós mesmos sobre o que está acontecendo, e querer nos envolver, assim como fazemos com os jogos de basquete ou as apresentações de balé dos nossos filhos. É algo normal, mas que muitos pais parecem ter desistido com o mundo online, só porque não é algo familiar a eles.

E como os pais podem se envolver sem invadir a privacidade dos filhos? Um pai deve ser amigo do filho no Facebook?
 
Aí entra a diferença entre redes de interesse e redes de amizade. Eu nunca adicionaria meus filhos no Facebook: eles não querem que eu saiba por quem eles estão apaixonados, ou quem são os mais populares da sala. Pelo contrário! Conversamos sobre isso no jantar, mas não preciso ter contato com isso. Por outro lado, me envolvo nas redes de interesses deles. Jogo MineCraft com meus filhos, tento saber o que é um Tumblr ou o StarCraft. Se as crianças entenderem que o seu interesse pelo que eles gostam é genuíno, será ótimo: elas querem que você saiba o que é o StarCraft, assim como querem que você veja o seu jogo de futebol. Mas elas vão perceber se você estiver por perto só para tentar controlar o que elas fazem – e vão se rebelar por isso.

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Uma pesquisa recente no Brasil diz que quase metade dos pais das crianças conectadas do País não usam a internet. Como eles podem educar seus filhos para usar a rede? Eles precisam necessariamente estar conectados e usar redes sociais, por exemplo?
 
Os pais precisam ver que seus filhos podem ajudá-los a entender a tecnologia, e prover a eles a sabedoria para lidar com a tecnologia. Muito do que nós estamos falando aqui é apenas sobre aprendizado e como se comportar em sociedade. É uma parceria: eles conhecem as ferramentas, nós podemos ajudar a dar os valores.

O cyberbullying é um dos temas mais discutidos quando se fala em tecnologia e adolescentes aqui no Brasil. No que ele é diferente do bullying?
 
Comportamentalmente, ambos são a mesma coisa. Com a tecnologia, as coisas viajam mais rápido e são mais difíceis de serem esquecidas, é algo mais danoso. Entretanto, há um lado positivo: a tecnologia está tornando o bullying vísivel. Antes, ele acontecia em vestiários e na saída da escola, e os adultos não tinham acesso ao que acontecia. Na internet, os pais e os educadores podem ver o que acontece. Às vezes, a percepção de que as redes sociais geram o bullying é errada: ela só está tornando visível algo que já acontecia. Repito: não monitoro o Facebook dos meus filhos, mas eles são orientados a me avisarem quando coisas assim acontecem. As escolas também estão fazendo isso.

Outra preocupação crescente dos pais é como as crianças tem usado cada vez mais a internet nos celulares e tablets. Como a senhora vê isso?
 
O mobile cresceu muito, mas seu estilo de comunicação hoje, via Whatsapp ou Snapchat, não é diferente de uma mensagem de texto. A mudança para o celular, há cerca de dez anos, é que fez a diferença, porque deu um espaço privado para os jovens. O que mudou é que, antes, com SMS, elas se comunicavam com no máximo dez pessoas. Hoje, com o Whatsapp, podem ser centenas de pessoas. Mas vale lembrar: elas estão fazendo isso de forma privada. Os jovens não acham mais que o Facebook é um espaço seguro para sua comunicação íntima, porque os professores vão olhar o que eles estão fazendo.

Como as escolas podem incorporar essa tendência?
 
Elas têm se envolvido nos relacionamentos das crianças: quando as coisas evoluem para bullying, elas tomam posições. As escolas tem ensinado sobre cidadania digital e participação, como fazem com outras questões sociais. Onde a educação formal tem sido pouco pró-ativa é nas redes de interesses. Comunidades online dão muito mais acesso a conhecimentos que uma escola pode oferecer, mas poucas delas estão usando a internet com essa fonte de pesquisa, e continuam tentando produzir todo o conteúdo e expertise localmente. Isso não precisa acontecer.

Existe alguma idade mínima para que uma criança comece a usar a internet?
 
Não sei dizer. A linha dos 13 anos imposta pelas empresas é arbitrária, mas tende a ser nessa idade que a criança começa a ter a sua vida de forma independente e os pais precisam monitorar menos o que elas fazem. Na verdade, o requisito mínimo é mais o envolvimento e o diálogo que existe entre pais e crianças, e menos o que elas fazem.

E o que a senhora acha que as empresas de tecnologia estão fazendo para lidar com esse público crescente?
 
Elas precisam ser mais pró-ativas para atender esse público: a maioria das empresas dizem que as crianças só podem usar seus serviços a partir dos 13 anos. Não há conscientização ou considerações como elas podem usar a internet de um jeito bacana. Só há a falta de incentivo. Vejo que as empresas de tecnologia tiveram postura ativa em questões como a privacidade de seus usuários, mas não nos direitos das crianças. É preciso que elas entendam isso, porque são as plataformas que as crianças usam para aprender, são úteis para a educação.

quinta-feira, agosto 14, 2014

A verdade sobre votos nulos e brancos



Sempre que as eleições se aproximam é comum ver nas redes sociais ou em rodinhas de amigos apelos de protesto pedindo que as pessoas anulem seu voto. O argumento utilizado é que se mais de 50% dos votos forem nulos, a Justiça Eleitoral é obrigada a realizar uma nova eleição com outros candidatos; o que seria uma forma de mostrar que o povo quer mudanças e não queremos os mesmos políticos que estão por aí. Mas isso será verdade?


A resposta é: Não!

Votos nulos e brancos não são considerados votos válidos e, portanto, não interferem diretamente no resultado das eleições; são considerados apenas manifestações de descontentamento do eleitor. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o voto em branco é aquele em que o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos (bastando apertar a tecla “branco” na urna eletrônica e confirmar), enquanto o voto nulo é aquele em que o eleitor “manifesta sua vontade de anular o voto”. Para votar nulo, o eleitor precisa digitar um número de candidato inexistente, por exemplo, “00”, e depois a tecla “confirma”.

A Constituição Federal adotou o princípio da maioria absoluta de votos válidos para eleger um candidato, o que significa que nas chamadas eleições majoritárias (Presidente, Governador e Senadores e Prefeitos), é preciso que os pretendentes a vaga atinjam 50% dos votos válidos + um. Por exemplo: no caso de 10.000 eleitores, se nenhum votar em branco ou nulo, todos os votos serão válidos. O candidato vencedor será aquele que receber 50% dos votos mais 1, isto é, 5.001 votos. No entanto, se entre esses 10.000 eleitores, 5.000 votarem em branco ou anularem, serão apenas 5.000 votos válidos. Assim, o candidato será eleito se alcançar apenas 2.501 votos. Se nenhum candidato alcançar essa quantidade no 1º turno, os dois mais bem votados irão disputar um 2º turno em que se definirá o vencedor.

No caso das eleições proporcionais (Deputado Federal, Deputado Estadual e Vereadores), os candidatos se elegem em razão do quociente eleitoral (índice que determina o número de vagas que cada partido vai ocupar no legislativo) que é determinado fazendo-se a divisão de votos válidos pelo número de vagas existentes, assim quanto maior for o número de votos nulos e brancos, menor será o quociente eleitoral e consequentemente menos votos serão necessários para ganhar a eleição. Por isso que muitas vezes vemos um candidato ter menos votos do que outro e ainda assim ser eleito em razão de ser ‘puxado’ por outro candidato com muitos votos do mesmo partido ou legenda.

As eleições só podem ser anuladas quando a Justiça Eleitoral decide anular 50% dos votos inicialmente considerados válidos, no entanto, isso só ocorre quando o candidato tem a sua candidatura cassada ou é declarado inelegível; pode acontecer também quando é detectada fraude, abuso econômico ou de autoridade ou corrupção eleitoral durante o pleito.

Ou seja, votar nulo ou em branco, acabam apenas ajudando aqueles que querem se eleger e tiram de você a oportunidade de escolher, deixando aos outros essa tarefa. Alguns dirão que não há em quem votar, pois todos representam uma continuidade do que está aí. Eu lhe digo o seguinte: O voto é e continuará sendo a sua arma para efetuar as mudanças necessárias, se você não encontrou um candidato, pesquise, vá além dos nomes conhecidos, busque na internet e em outras fontes de informação, envolva-se politicamente, assista e discuta o programas eleitorais, procure conhecer os candidatos menos populares (os mais populares geralmente são aqueles que possuem maior poder econômico, infelizmente), leia sobre suas realizações, não acredite e nem vote em políticos que lhe oferecem emprego, material de construção e vales-gás, etc. Tenha em mente que a responsabilidade pela construção de nosso País, Estado e Município também é sua. E depois da eleição lembre-se do seu voto e cobre de forma consciente a realização daquele projeto que você escolheu.

Esse ano o 1º turno das eleições será em 05 de outubro e o 2º turno em 26 de outubro. São obrigados a votar os maiores de 18 anos. O voto é facultativo para os maiores de 16 e menores de 18 anos, os maiores de 70 anos e os analfabetos.

Um bom lugar para começar a conhecer os candidatos é a página do TSE, que lista todas as candidaturas, com as respectivas declarações de bens, situação do candidato, prestação de contas, etc. Acesse AQUI



terça-feira, julho 29, 2014

Um belo nó no pensamento


Costumamos achar que sabemos tudo sobre nós mesmos, nossa maneira de agir, nossos valores, nossas escolhas e muitas vezes chegamos a nos orgulhar de não nos deixarmos influenciar por fatores externos aquilo que consideramos ser a nossa visão de mundo. Em Subliminar, Como a mente inconsciente influencia nossas vidas (Jorge Zahar, 2013, 304p), Leonard Mlodinow vem nos mostrar que as coisas não são bem assim e que nosso inconsciente é bem mais poderoso do que podemos supor em nossas escolhas e atitudes para com o mundo em que vivemos. Não mais aquele inconsciente teórico e repressor explanado por Freud, mas um inconsciente fruto da evolução do cérebro humano, uma ferramenta perfeitamente construída que nos possibilitou sobreviver mesmo com todas as chances negativas num mundo dominado por feras e acidentes naturais devastadores.

O novo inconsciente fruto de muita pesquisa científica e tecnológica que permitiu desvendar mecanismos cerebrais anteriormente só imaginados de forma teórica e que provam a enorme capacidade adaptativa do ser humano. Não apenas somos uma máquina extraordinária, mas também uma máquina em evolução constante e ainda cheia de surpresas a serem desvendadas.

Mlodinow (que é físico e colaborador de uma das mentes mais privilegiadas do mundo, Stephen Hawking, além de ter sido consultor em algumas séries televisivas de sucesso como Jornada nas estrelas e MacGyver), vai desvendando pequenos e valiosos segredos descobertos nas últimas décadas de uma forma divertida e fluente, com uma correção científica precisa e nem um pouco enfadonha, que nos desperta um agradável prazer em prosseguir a leitura e ir testando aquilo que conhecemos sobre nossa forma de pensar e se relacionar com o mundo a nossa volta.

É um livro para ser lido com calma, aproveitando as informações explanadas nos muitos experimentos descritos e que vão formando um incrível panorama do funcionamento de nossa mente, ali cada informação é importante e cada descrição acrescenta algo em que se pensar nesse curioso e fantástico desafio de entender a nós próprios.
 
Edição: 1
Editora: Jorge Zahar
ISBN: 9788537809594
Ano: 2013
Páginas: 304

domingo, julho 13, 2014

Uma lição da Copa

Uma das coisas que mais chamou a atenção na primeira fase da Copa foi a atitude dos torcedores japoneses, que após os jogos de sua seleção efetuaram a limpeza das arquibancadas, comportamento normal e cotidiano entre eles, mas que despertou curiosidade entre os brasileiros, num exemplo que bem poderia ser seguido por aqui. A pergunta não formulada nos programas de TV é a seguinte: Por que eles fazem isso? – E a resposta mais objetiva e simples possível é: Porque assim foram educados.


Lembremos que o Japão é formado por um conjunto de ilhas, com uma população de mais de 127 milhões de pessoas aglomeradas em pouco mais de 377 mil Km² (o Brasil possui pouco mais de 8,5 milhões de Km²), então viver em harmonia com o próximo é essencial para conseguir manter um determinado padrão de civilidade (o Japão tem o 10º melhor índice de desenvolvimento humano), de modo que todos procuram realizar a “sua parte”, cuidando de seu espaço e dos espaços comuns. Esse nível de conscientização só é alcançado por um povo que desenvolveu uma forte identidade e um senso educacional bastante apurado. Se novamente nos lembrarmos que há apenas 69 anos o Japão saiu derrotado da Segunda Grande Guerra (1939-1945), e que permaneceu ocupado pelos Estados Unidos até 1952, poderemos quantificar o tamanho da evolução japonesa que hoje ocupa a posição de 3ª maior economia do mundo.

Atribuir esse crescimento apenas a educação é minimizar o tamanho do esforço japonês pós-guerra e da ajuda estrangeira (os EUA investiram bastante por lá na tentativa de evitar o avanço comunista), porém a educação assumiu um papel de fundamental importância nesse desenvolvimento, pois a presença de boas escolas técnicas e de nível superior possibilitou a formação de profissionais qualificados a ajudar o país.

No Japão a importância da educação é muito antiga, os Samurais já contavam com cursos específicos e a população em geral freqüentava escolas mistas onde podiam aprender a escrever, ler e contar; de modo que já por volta de 1868 cerca de 40% dos japoneses eram alfabetizados. Vale lembrar que a escola é pública e que professores realizam cursos obrigatórios anualmente, além de receberem incentivo para se aprimorarem e serem acompanhamento durante toda a vida docente. Assim é garantida que a qualidade educacional seja a mesma desde a pré-escola até o nível superior.

Outro fator de importância que pode ser sugerido é a importância da leitura diária, enquanto países mais desenvolvidos possuem média semanal de leitura de 12 horas, nós brasileiros lemos em média 4 horas por semana. O Japão possui as maiores tiragens de jornal do mundo e os japoneses lêem cerca de 12 livros por ano, enquanto no Brasil a média mal chega a 4 livros. Vale lembrar que o hábito de ler ajuda no desenvolvimento do raciocínio crítico, na habilidade de escrever e falar e principalmente na melhor compreensão do mundo ao nosso redor.

O Brasil vem melhorando significativamente seus investimentos em educação, no entanto, não basta criar programas que facilitem a entrada dos jovens no ensino superior, é preciso criar estratégias que também melhorem a leitura desses jovens – O resultado do INAF (Índice Nacional de Alfabetismo Funcional), promovido pelo Instituto Paulo Montenegro, mostra que mesmo entre pessoas com nível superior 38 % não podem ser consideradas plenamente alfabetizadas – que melhorem a nossa educação de base e transformem a qualificação e desenvolvimento da carreira de professor, com acompanhamento técnico, planos de careira melhores condições de trabalho e salários dignos.

Quem sabe assim na próxima Copa possamos também ser destaque nas notícias esportivas como exemplo de educação, consciência e civilidade. A boa notícia é que não precisamos esperar pelas tais políticas públicas, podemos hoje mesmo começar a mudança: Pegue um livro pra ler; vá à escola de seus filhos; mantenha as ruas de sua cidade limpas; evite abusar de som alto; respeite os mais velhos e o vizinho do lado e, assim, vamos construindo nossa cidadania.

Arigatô!

Originalmente publicado em WEBNEWSSUL.

quarta-feira, outubro 30, 2013

REPÚDIO À DECLARAÇÃO DO SR. CLAUDIO DE MOURA CASTRO

Carta Aberta ao Senado Federal
EM REPÚDIO À DECLARAÇÃO DO SR. CLAUDIO DE MOURA CASTRO
Brasil, 26 de outubro de 2013.

Nós, ativistas do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, de diversas entidades e profissionais do setor viemos repudiar veementemente o pronunciamento machista e preconceituoso do Sr. Claudio de Moura Castro, economista, colunista de uma revista, professor especialista em educação e presidente do Conselho Consultivo da Faculdade Pitágoras, em audiência pública, realizada no dia 22 de outubro de 2013, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, em Brasília/DF.
A audiência pública supracitada tinha como pauta principal o novo projeto do Plano Nacional Educação (PNE). Nesta ocasião, o Sr. Claudio defendeu e sugeriu que o PNE assegurasse “a criação de um bônus para as ‘caboclinhas’ de Pernambuco e do Ceará que conseguirem se casar com engenheiros estrangeiros, porque aí eles ficam e aumenta o capital humano no Brasil; aumenta a nossa oferta de engenheiros”.


o vídeo com a fala polêmica

Ao ouvirmos e lermos esta declaração, cujas palavras parecem ser articuladas sob o fio do preconceito e do desrespeito aos direitos humanos, ficamos estarrecidos e indignados com tamanho preconceito e desvalorização do Estado público e democrático de direito, tão tardiamente assegurado por marcos políticos e legais no Brasil.

A Constituição Federal de 1988 afirma, no Art. 5º, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Mais especificamente, os incisos I e IV afirmam: 

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. 

As marcas da desigualdade no Brasil são oriundas de um processo de colonização que dizimaram indígenas, escravizou e comercializaram negros, dividiu o País em regiões ricas e pobres, atrasadas e modernas e, sobretudo, construiu uma prática histórica – que viceja até hoje – de clientelismos, colonialismos e extermínios dos indígenas, negros, nordestinos e pobres. Assim, as conquistas de referenciais democráticos convivem, anacronicamente, com discursos e projetos conservadores, preconceituosos e, por isso, autoritários.

Somos homens e mulheres negros, indígenas e caboclos. Compartilhamos do sangue e do suor dos povos que resistiram e resistem bravamente à escravidão, à miséria e ao preconceito. Além disso, somos seres sociais, sujeitos históricos, homens e mulheres com desejos, sonhos e capacidade de construir a história, quer vivamos nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste do País. SOMOS SUJEITOS DE DIREITOS!

A construção sócio-histórica de cidadania, consolidada neste País, é traduzida por vários documentos. Dentre eles, estão as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, a qual afirma a educação em direitos humanos como “um dos eixos fundamentais do direito à educação, que se refere ao uso de concepções e práticas educativas fundadas nos direitos humanos e em seus processos de promoção, proteção, defesa e aplicação na vida cotidiana e cidadã de sujeitos de direitos e de responsabilidades individuais e coletivas” (art. 2º da resolução nº 1, de 30 de maio de 2012, do MEC).

Enquanto defensores dos direitos humanos, a nossa luta é, portanto, pelo amplo reconhecimento da condição de sujeito e de igualdade a todos, recusando qualquer forma de preconceito e discriminação, inclusive as diversas falas públicas que se utilizam de argumentos preconceituosos, coisificam e violam a integridade humana de homens e mulheres – sendo estas últimas historicamente vítimas de violências e preconceitos no mundo e no Brasil.

Por isso, solicitamos ao Senado Federal, instituição de extrema relevância para o cumprimento dos direitos e deveres assegurados pelo estado democrático de direito, que leia, no plenário, esta carta de repúdio.

A educação, enquanto ato histórico e humano, tem de ser construída sob valores e princípios democráticos, de justiça e criticidade. Qualquer posicionamento que viole a dignidade humana, a igualdade de direitos, o reconhecimento e a valorização das diferenças e das diversidades não pode ser incorporado às práticas educativas e cidadãs.
Na luta por um mundo mais justo e igualitário,

Atenciosamente,


Baixe o pdf com a carta


quinta-feira, outubro 24, 2013

Turma da Mônica contra a bebida infanto-juvenil

Uma campanha realizada em parceria entre a Ambev e a Maurício de Souza Produções promete levar a discussão sobre o uso (e abuso) de bebidas alcoólicas para a sala de casa, intitulada Papo em Família, a campanha irá utilizar diversas ferramentas (vídeos, cartilhas, etc.), para tentar a conscientização de que bebida é coisa de adulto, que seu uso deve ser moderado, que não é permitido beber em determinadas ocasiões (ao dirigir, engravidar, por determinação médica, entre outras), além de demonstrar os inúmeros problemas advindos do abuso de bebidas alcoólicas.

Vale lembrar que a maioria dos jovens iniciam o uso de bebidas alcoólicas por influencia da família (37,1 %) e amigos (42,1 %) e a campanha toca justamente nesse foco, visando incentivar a discussão familiar. Como a campanha é voltada para diversas faixas etárias, diversos personagens estarão envolvidos buscando atingir de forma amigável e familiar a todos. São os quadrinhos mais uma vez a serviço da educação.

Então não perca tempo e baixe AQUI a cartilha do projeto.

 visite o site PAPO EM FAMÍLIA.


quarta-feira, outubro 23, 2013

FLICA terá programação infantil

Com informações do Diário Oficial da Bahia.


 

A Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) apresenta, pela primeira vez, uma programação voltada para as crianças: a Fliquinha. Entre os dias 24 e 26 deste mês, começam as atividades. Os pequenos poderão participar de exposições, lançamentos de livros voltados para esse público, oficinas, teatro, bate-papo, tendo ainda momentos para ouvir histórias.


Presente em todos os dias, a Turma do Xaxado, que tem Antônio Cedraz como criador, terá um espaço reservado. Na abertura das atividades diárias, o autor de quadrinhos apresentará uma exposição guiada para as crianças. Cedraz criou vários personagens e teve os trabalhos publicados nos principais jornais de Salvador e de outros estados, e revistas lançadas por editoras de todo o país.


Com seus desenhos e histórias, ganhou prêmios e menções honrosas em concursos e exposições no Brasil e exterior, entre os quais o troféu como destaque no 2º Encontro Nacional de Histórias em Quadrinhos, realizado em Araxá (MG), em 1989, quatro troféus HQ MIX (1999, 2001, 2002 e 2003), além do Prêmio Ângelo Agostini de ‘Mestre do Quadrinho Nacional’.


Quem também estará no evento todos os dias é a atriz Cássia Valle. Ela será a responsável por contar histórias. ‘Maria & Maria’, ‘O Menino que a Caipora Carregou’ e ‘História de Tenengo’ são livros publicados e editados pelo Estaleiro Enseada do Paraguaçu, apoiador do evento, e serão narrados pela artista, que começou sua carreira no Bando de Teatro Olodum.


Entre os bate-papos, na quinta-feira, participa a professora e pesquisadora da Ufba, Cristina d’Ávila. Nesse dia, o autor Gilberto Pinto lança o livro ‘A Saga do Menino Callu’. Parte de uma trilogia, a publicação conta as aventuras de um menino baiano cheio de mistérios. A noite termina com um show de Saulo (voz e violão).


Na sexta-feira, quem também participa é Nairzinha. Cantora, compositora, assistente social e pesquisadora do folclore infantil brasileiro há 40 anos, ele é a idealizadora do programa Cirandando-Brasil, que resgata, atualiza e devolve a cultura da brincadeira brasileira para crianças, pais e professores.


Mabel Veloso também conversa com as crianças. Educadora, escritora, compositora e cordelista, ela nasceu em Santo Amaro. Ensinou durante 20 anos nesta cidade e mais dez anos em Salvador. Depois, continuou trabalhando com arte-educação. Participou de encontros, seminários em colégios, sempre apresentando o livro como o bom companheiro e o "brinquedo calado". Contou histórias em asilos e teatros, mostrando o valor da oralidade para se chegar à leitura.E publicou mais de dez livros infanto-juvenis por diversas editoras.


No sábado, participa também dos bate-papos o editor e designer Enéas Guerra. É dele a edição de arte de vários livros do etnólogo e fotógrafo Pierre Verger, com quem divide a autoria de dois livros sobre lendas africanas. Também estará presente a professora de ilustração Ciça Fittipaldi, autora de vários livros infantis que recontam mitos de diversas culturas existentes no Brasil. Mais de 50 livros infantojuvenis foram ilustrados por ela, que já ganhou vários prêmios, entre eles o Jabuti de Ilustração. A noite termina com o Teatrinho Alvoroço.

  
A Flica acontece Entre os dias 23 e 27 deste mês na cidade histórica do Recôncavo baiano e está em sua terceira edição. O evento contará com nomes locais, nacionais e internacionais. A festa será gratuita e terá shows musicais, praça de alimentação e, pela primeira vez, programação voltada para o público infantil.

Entre os palestrantes foram confirmados nomes como os internacionais Kiera Cass, Sylvia Day e Jean Claude, e nacionais, a exemplo de Laurentino Gomes, Fabrício Carpinejar e Letícia Wierchowski.