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segunda-feira, outubro 31, 2016

Mosca espanhola







FERGUSON, Will. Mosca Espanhola. Tradução PARCIONIK, Celso M. São Paulo: Companhia da Letras, 2011


“Nós traficamos com sonhos e falsas esperanças, Jack. E o que poderia ser mais americano do que isso? (...)”

RESENHA:




Estados Unidos, final da década de trinta. Os americanos sofrem ainda os efeitos da recessão ocorrida após o crash da bolsa em 1929 e o mundo acompanha as mudanças na Europa que levarão a 2ª Grande Guerra. É nesse cenário que encontramos Jack, jovem operário de uma mina de carvão que diferente dos demais conterrâneos possui uma mente aguçada e é um ávido frequentador da biblioteca local ao tempo em que tenta cuidar do seu pai desempregado e iludido com sonhos de fortuna fácil. A história começa com um aparente romance entre Jack e a filha da bibliotecária, mas essa é apenas a roda do destino que o leva a conhecer Rose e Virgil, um casal de vigarista que um belo dia chega a cidade e começa a aplicar golpes em todo o comércio conseguindo tirar dinheiro de modo fácil e consistente das pessoas; curioso, Jack segue o casal sem o denunciar no entanto, apenas observando a destreza com que ambos agem. Ao fim do dia, Virgil tendo percebido a presença do rapaz a vigiá-lo decide dar uma parte do que dinheiro e surpreendentemente o convida a partir com eles. Decidido a descobrir a mecânica daquela vida e a mudar a sua própria, Jack simplesmente parte com eles, abandonando tudo para se aventurar numa jornada de aprendizado que o levará de costa a costa de um país quebrado e em reconstrução, dando golpes numa escala cada vez maior e com mais sofisticação. Rose é uma femme fatale que encanta com seus olhares lânguidos e a capacidade de se mostrar frágil ou sensual, enquanto Virgil é um excêntrico golpista de passado misterioso e comportamento errático que sonha com um grande truque capaz de imortalizá-lo. Juntos formam um casal apaixonado e dependente um do outro, com um gosto voraz pelos prazeres da vida e do jazz. Ambos levarão Jack e o leitor pelas estradas de uma nação angustiada e que anseia deixar para trás a maior crise econômica de sua história, com seus habitantes sedentos por obter qualquer tipo de lucro e justamente por isso presas fáceis nas mãos desses hábeis trapaceiros. Nem tudo, no entanto são flores e o trio terá que se deparar com uma ameaça desconhecida e talvez fatal que ameaça tudo aquilo que eles conseguiram. Afinal “traficar com sonhos e esperanças” pode ser um jogo extremamente perigoso.

Eu não conhecia o Will Ferguson e o livro me caiu em mãos meio por acaso, mas o cara escreve muito bem, embora o início do livro pareça um pouco arrastado monótono (assim como a pequena cidade onde vive Jack), mas aos poucos vai tomando fôlego e ritmo a partir da segunda parte. O autor consegue recriar uma atmosfera de época bem interessante com belas e trágicas descrições nem tanto de cenários, mas dos ambientes em que acontece a história, criando um clima que proporciona uma boa imersão na leitura, em alguns momentos parece até que dá pra ouvir a musica tocando nos salões de baile. Os golpes descritos na aventura são todos reais, assim como alguns golpistas que aparecem no texto e os diálogos soam naturais e condizentes com as situações. A edição da Cia da Letras peca pouco em termos de revisão, mas comete um grave pecado ao não incluir a capa original do livro, a qual é referenciada com certa importância nas notas do autor ao fim do livro.


terça-feira, outubro 21, 2014

Desenhando Michael Jackson - Lápis de cor e muito talento




Pena que nas nossas escolas a arte ainda seja tão pouco valorizada, , quase não aprendemos a usar o lápis de cor, geralmente as crianças limitam-se a colorir desenhos já prontos em cópias xerocadas ou fazer trabalhos manuais sem muita inspiração. Muito menos se estimula o desenvolvimento, o conhecimento e a valorização da Arte; embora saibamos que existem professores que se esforçam para criar tal sentimento, ainda encaramos  tal tipo de saber como algo supérfluo e sem sentido. Ir a museus, ver exposições de arte, conhecer novas culturas musicais, novas danças, etc. ainda não fazem parte do nosso pão diário cultural.

 Michael Jackson desenhado pela artista Heather Rooney

quinta-feira, setembro 11, 2014

Faleceu o quadinista Cedraz

O mundo dos quadrinhos perde mais um grande mestre:


Por Samir Naliato
Para o UniversoHQ

O cartunista Antônio Luiz Ramos Cedraz, ou simplesmente Antônio Cedraz, criador da Turma do Xaxado, faleceu hoje, às 6h30min, aos 69 anos, após um longo combate contra um câncer de intestino. Ele foi internado no último dia 3 de setembro, em estado grave, e não resistiu.
Cedraz nasceu na cidade de Miguel Calmon, na Bahia, em 4 de maio de 1945. Seus primeiros contatos com os quadrinhos foram na cidade de Jacobina, onde cresceu e se formou professor. Fã de personagens como Tarzan, Superman, Capitão Marvel, Fantasma e os da Disney e da Turma da Mônica, tinha como referência desenhistas brasileiros da década de 1960, como Ygaiara, Isomar, Mauricio de Sousa, Ziraldo, Nico Rosso, Sérgio Lima, Gedeone, Orlando Pizzi, Edmundo Rodrigues, Jayme Cortez, Flavio Colin e Julio Shimamoto.
Teve diversos trabalhos publicados em jornais baianos, e ganhou prêmios em concursos e exposições no Brasil e no exterior, entre eles 2º Encontro Nacional de Hstórias em Quadrinhos, realizado em Araxá (MG), em 1989; seis troféus HQ Mix, além do Prêmio Ângelo Agostini de Mestre do Quadrinho Nacional.

Antônio Cedraz

Sua grande criação foi a Turma do Xaxado. Inicialmente, esses personagens faziam parte da Turma da Pipoca. Em 1998, o editor do caderno Municípios do Jornal A Tarde, de Salvador, pediu para Antônio Cedraz algumas tiras. Imediatamente, o criador lembrou de Xaxado e seus amigos, pois eles tinham tudo a ver com o assunto desejado. Inicialmente sendo publicado duas vezes por semana, as histórias logo passaram a sair todos os dias, graças à boa resposta dos leitores, desta vez no Caderno 2 do periódico.

Xaxado é um garoto do interior da Bahia, neto de um cangaceiro. Suas aventuras retratam a vida das pessoas da região, com suas crenças e lendas. Ainda fazem parte da turma os seus pais, Seu Enoque e Dona Fulô, além dos amigos Zé Pequeno (o preguiçoso), Marieta (que fica ensinando a todos como falar corretamente), Arturzinho, o Padre e até o Saci. Isso sem falar em seus animais de estimação, como o jumento Veneta, o porco Linguicinha, a galinha Odete e o cachorro Rompe-Ferro.

Em conversa com o Universo HQ, em 2001, Cedraz admitiu as semelhanças entre ele e sua criação. “Na verdade, o Xaxado resgata a minha infância no interior. Periodicamente, vou até lá visitar meus parentes e amigos. Mas para criar a turma viajei com outro propósito. Passei vários dias olhando tudo de outro modo, pesquisando a fala e os modos do povo. Fui às feiras livres, fotografei cenários e indivíduos, li revistas e material sobre o campo e, de posse de um bom material, passei a compor os tipos, Zé Pequeno, Marieta, o Padre, Arturzinho…”, disse.

Os personagens ganharam tiras, livros, jornais e revistas, por editoras como Escala e HQM. Por várias vezes, foram usados pelo Governo da Bahia em campanhas junto ao público infantil, como de reciclagem, combate a dengue e material paradidático em escolas. Em 2003, ganhou apoio da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura).

No início deste ano, Antônio Cedraz foi homenageado com uma exposição em Salvador. Em 2015, ele será o autor homenageado no FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte.

Turma do Xaxado


quarta-feira, agosto 27, 2014

Chocante! Hello Kitty NÃO é uma gatinha!



Acabo de descobrir que a Hello Kitty (aquela personagem de desenho animados e cartuns que parece e sempre foi considerada por seus fãs uma gata), NÃO é uma gata.

Chocado? Bem, ao menos é o que afirmou a Sanrio, empresa detentora dos direitos da personagem, durante pesquisa efetuada pela antropóloga Christine R. Yano e revelada para o jornal Los Angeles Times em data de ontem (26.08), ela buscava informações sobre a ex-gatinha que seria tema de uma exposição num museu que iria mostrar aspectos da cultura japonesa focada na personagem. "Ela é um personagem de desenho, e é uma garotinha. Ela é amiga, mas não um gato. Uma razão é porque ela nunca está de quatro. Ela anda e senta como uma criatura bípede. E ela até tem um gato de estimação, o Charmmy Kitty", inclusive em seu site a Sanrio disponibiliza um guia de arte em que informa "Hello Kitty não é uma gato, ela é uma garota. Por favor, não faça/use referencias animais".



A personagem criada em 1974, portanto fazendo 40 anos, seria "uma garotinha britânica, chamada Kitty White, filha de George e Mary White, do signo de escorpião, e que adora torta de maçã."

A notícia repercutiu bastante, afinal ninguém iria imaginar tal revelação após tantos anos de carinho e atenção dos fãs da gatinha, ops, da menininha graciosa que ela representa, principalmente para os descendentes de japoneses radicados em outros países e que viram na personagem uma representação de sua cultura e que desde que foi usada pela primeira vez pintada numa bolsa pra guardar moedas se tornou também um ícone cultural mundial.

Ao menos o Snoopy já mandou avisar pelo tweeter que ele continua sendo um cachorro.



quarta-feira, outubro 23, 2013

FLICA terá programação infantil

Com informações do Diário Oficial da Bahia.


 

A Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) apresenta, pela primeira vez, uma programação voltada para as crianças: a Fliquinha. Entre os dias 24 e 26 deste mês, começam as atividades. Os pequenos poderão participar de exposições, lançamentos de livros voltados para esse público, oficinas, teatro, bate-papo, tendo ainda momentos para ouvir histórias.


Presente em todos os dias, a Turma do Xaxado, que tem Antônio Cedraz como criador, terá um espaço reservado. Na abertura das atividades diárias, o autor de quadrinhos apresentará uma exposição guiada para as crianças. Cedraz criou vários personagens e teve os trabalhos publicados nos principais jornais de Salvador e de outros estados, e revistas lançadas por editoras de todo o país.


Com seus desenhos e histórias, ganhou prêmios e menções honrosas em concursos e exposições no Brasil e exterior, entre os quais o troféu como destaque no 2º Encontro Nacional de Histórias em Quadrinhos, realizado em Araxá (MG), em 1989, quatro troféus HQ MIX (1999, 2001, 2002 e 2003), além do Prêmio Ângelo Agostini de ‘Mestre do Quadrinho Nacional’.


Quem também estará no evento todos os dias é a atriz Cássia Valle. Ela será a responsável por contar histórias. ‘Maria & Maria’, ‘O Menino que a Caipora Carregou’ e ‘História de Tenengo’ são livros publicados e editados pelo Estaleiro Enseada do Paraguaçu, apoiador do evento, e serão narrados pela artista, que começou sua carreira no Bando de Teatro Olodum.


Entre os bate-papos, na quinta-feira, participa a professora e pesquisadora da Ufba, Cristina d’Ávila. Nesse dia, o autor Gilberto Pinto lança o livro ‘A Saga do Menino Callu’. Parte de uma trilogia, a publicação conta as aventuras de um menino baiano cheio de mistérios. A noite termina com um show de Saulo (voz e violão).


Na sexta-feira, quem também participa é Nairzinha. Cantora, compositora, assistente social e pesquisadora do folclore infantil brasileiro há 40 anos, ele é a idealizadora do programa Cirandando-Brasil, que resgata, atualiza e devolve a cultura da brincadeira brasileira para crianças, pais e professores.


Mabel Veloso também conversa com as crianças. Educadora, escritora, compositora e cordelista, ela nasceu em Santo Amaro. Ensinou durante 20 anos nesta cidade e mais dez anos em Salvador. Depois, continuou trabalhando com arte-educação. Participou de encontros, seminários em colégios, sempre apresentando o livro como o bom companheiro e o "brinquedo calado". Contou histórias em asilos e teatros, mostrando o valor da oralidade para se chegar à leitura.E publicou mais de dez livros infanto-juvenis por diversas editoras.


No sábado, participa também dos bate-papos o editor e designer Enéas Guerra. É dele a edição de arte de vários livros do etnólogo e fotógrafo Pierre Verger, com quem divide a autoria de dois livros sobre lendas africanas. Também estará presente a professora de ilustração Ciça Fittipaldi, autora de vários livros infantis que recontam mitos de diversas culturas existentes no Brasil. Mais de 50 livros infantojuvenis foram ilustrados por ela, que já ganhou vários prêmios, entre eles o Jabuti de Ilustração. A noite termina com o Teatrinho Alvoroço.

  
A Flica acontece Entre os dias 23 e 27 deste mês na cidade histórica do Recôncavo baiano e está em sua terceira edição. O evento contará com nomes locais, nacionais e internacionais. A festa será gratuita e terá shows musicais, praça de alimentação e, pela primeira vez, programação voltada para o público infantil.

Entre os palestrantes foram confirmados nomes como os internacionais Kiera Cass, Sylvia Day e Jean Claude, e nacionais, a exemplo de Laurentino Gomes, Fabrício Carpinejar e Letícia Wierchowski.