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quinta-feira, setembro 27, 2007

Wagner Moura defende "Tropa de Elite"


Em artigo ao Globo, Wagner Moura diz que 'Tropa de elite' não é fascista

Publicada em 25/09/2007 às 08h35m
Wagner Moura


Escrevo instigado pelo bom texto do Arnaldo Bloch (leia o artigo na íntegra aqui) sobre a sessão de estréia de "Tropa de elite" . E respondo categórico à sua pergunta: Não, "Tropa de elite" não é fascista. Não é possível que alguém que tenha visto "Ônibus 174", um dos filmes mais humanistas dos últimos tempos, possa achar que o Zé Padilha (o diretor) tenha feito um filme fascista. Mas também fico preocupado quando vejo o capitão Nascimento ser tratado como herói. Fico pensando como reagiria ao filme uma platéia sueca. Não creio que pensariam naqueles policiais torturadores como heróis, assim como muita gente que vê o filme aqui também não pensa. Talvez os suecos não precisem de heróis. Talvez, aí sim uma tragédia, fascistas estejamos nos tornando nós, brasileiros, cidadãos carentes de uma política de segurança pública qualquer, que vemos naqueles policiais honestos, bem treinados, mas desrespeitadores dos direitos humanos mais elementares, a solução para o caos em que estamos metidos. Compartilhei contigo, Arnaldo, a vontade de vomitar o pastel de cordeiro no Odeon. Mas, na minha opinião, "Tropa de elite" contribui com o mais importante em épocas de crise: o debate (inimigo do fascismo). O filme traz um ponto de vista fundamental para se entender e discutir segurança pública, o olhar do policial. Eu, particularmente, discordo do capitão Nascimento em quase tudo, mas não posso deixar de ver a importância de entender seu pensamento como fundamental para o debate sobre violência no Brasil, já que é ele, assim como os traficantes e os moradores de favela, quem vive diretamente essa guerra particular, como nos ensinou, não por acaso, o capitão Rodrigo Pimentel, roteirista do "Tropa de elite", no seminal "Notícias de uma guerra particular", de João Moreira Salles.


Acho que o "Tropa", além dos méritos artísticos que tem, talvez já seja o filme pós-retomada que mais suscitou debates, a começar pela questão da pirataria, exaustivamente discutida. E não vejo, no Brasil de hoje, debate mais importante do que violência e segurança pública. Segurança pública não tem mais a ver só com a tragédia das vidas que se vão por conta da guerra polícia-tráfico-com-moradores-no-meio. Tem a ver, por exemplo, com aumento de verbas para a Previdência e para a Saúde. E, quando falo de violência urbana, quero lembrar que se para nós, moradores da Zona Sul, maioria na sessão do Odeon, a chapa já tá quente há muito tempo, imaginem para quem não pode sair de sua casa por ordem de um traficante, quem tem que passar a noite no chão com medo de bala perdida, quem é esculachado e desrespeitado pela polícia, quem não pode falar com o parente da comunidade vizinha por ordem do poder oficial, ocupante do vácuo deixado pelo poder instituído que, por sua vez, vem historicamente negligenciando essas pessoas. Isso é um fato: as maiores vítimas da violência urbana no Brasil são os moradores das favelas, e o filme mostra isso. Estou convicto: não há armas mais poderosas de combate à violência do que educação, cultura, lazer, esporte, bem-estar social e geração de emprego. É assim que o capitão Storani, oficial do Bope reformado que nos auxiliou no treinamento para o filme, tem tentado combater a violência em sua gestão como secretário de Segurança num município da Baixada. E, mais uma vez, recorro ao capitão Pimentel, na maravilhosa entrevista a João Moreira: "Enquanto o único braço do poder público que sobe a favela for a polícia, não haverá solução."

Pimentel foi também o primeiro policial que eu vi defender a legalização do consumo de drogas, que o Arnaldo reclamou não constar nos debates do núcleo PUC do filme, onde o Zé Padilha estudou. E acho que já passou da hora mesmo de discutir esse assunto com honestidade. Capitão Nascimento põe sua vida em risco todos os dias para lutar uma guerra inútil contra o tráfico e responsabiliza os consumidores pela sua tragédia pessoal. Essa tem sido inclusive uma bandeira defendida por órgãos oficiais de combate às drogas. É lógico que há uma responsabilidade individual nisso, e eu conheço muita gente que deixou de fumar maconha para não alimentar o tráfico. Mas não creio que essa campanha seja mais eficaz do que a legalização do consumo. O uso de drogas existe desde que o mundo é mundo e não vai ser a repressão que vai acabar com o consumo. Mas a legalização pode acabar com o tráfico. Eu vejo o consumidor como o elo mais fraco da cadeia. Combatê-lo é contraproducente. O abuso e o vício devem ser tratados como problemas de saúde pública. O tráfico é que é questão de segurança pública. É o tráfico que arrasta os jovens de periferia para a morte e tenho certeza de que morre muito mais gente na guerra do tráfico do que de overdose. De que forma fazer, eu não sei, mas acho que já passou mesmo da hora de discutir o que me parece óbvio e acredito que o filme contribui com isso. Só mais um dado: sabe de quem partiu a idéia de legalizar as drogas na Holanda? Da polícia, parceiro.

Wagner Moura é ator e protagonista do filme "Tropa de elite"

segunda-feira, setembro 24, 2007

Nós de gravata: Finalmente desvendados...

O serviço de utilidade pública do Kikosofia traz pra vocês o guia ilustrado de nós em gravata, agora os seus problemas se acabaram-se...


Essa é a versão fresca...

Surrupiado descaradamente daqui.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Pato Donald agride puma.

No vídeo a luta entre os mascotes dos times de futebol americano das Universidades do Oregon e Houston , nos Estados Unidos, ocorrida no último dia 14 de setembro. Depois de ter sido imitado pelo puma que defende as cores do Houston, o "Pato Donald" agiu tal o seu equivalente em quadrinhos, perdendo totalmente a calma e partindo para agressão com socos e pontapés. O irritadinho foi suspenso por um jogo.

terça-feira, setembro 18, 2007

CPMF? Sou contra!


Vamos ajudar a essa campanha pelo fim da CPMF!

Acessem o site www.xocpmf.com.br e assinem o abaixo assinado! DIVULGUEM! Pelo fim da CPFM!

Oração de perdão...

O tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus nem existe mais... Mas aqui neste nosso país o filme ainda é o mesmo....


ORAÇÃO

Senhor, tende piedade de nós


Pelo projeto político do deputado Clodovil
Pelo "espetáculo do crescimento" que até hoje ninguém viu
Pelas explicações sucintas do ministro Gilberto Gil

Senhor, tende piedade de nós

Pelo jeitinho brejeiro da nossa juíza
Pelo perigo constante quando Lula improvisa
Pelas toneladas de botox da Dona Marisa

Senhor, tende piedade de nós

Pelo Marcos Valério e o Banco Rural
Pela casa de praia do Sérgio Cabral
Pelo dia em que Lula usará o plural

Senhor, tende piedade de nós

Pelo nosso Delúbio e Valdomiro Diniz
Pelo "nunca antes nesse país"
Pelo povo brasileiro que acabou pedindo bis

Senhor, tende piedade de nós

Pela Cicarelli na praia namorando sem vergonha
Pela Dilma Rousseff sempre tão risonha
Pelo Gabeira que jurou que não fuma mais maconha

Senhor, tende piedade de nós

Pela importante missão do astronauta brasileiro
Pelos tempos que Lorenzetti era só marca de chuveiro
Pelo Freud que "não explica" a origem do dinheiro

Senhor, tende piedade de nós

Pelo casal Garotinho e sua cria
Pelos pijamas de seda do "nosso guia"
Pela desculpa de que "o presidente não sabia"

Senhor, tende piedade de nós

Pela jogada milionária do Lulinha com a Telemar
Pelo espírito pacato e conciliador do Itamar
Pelo dia em que finalmente Dona Marisa vai falar

Senhor, tende piedade de nós

Pela "queima do arquivo" Celso Daniel
Pela compra do dossiê no quarto de hotel
Pelos "hermanos compañeros" Evo, Chaves e Fidel

Senhor, tende piedade de nós

Pelas opiniões do prefeito César Maia
Pela turma de Ribeirão que caía na gandaia
Pela primeira dama catando conchinha na praia

Senhor, tende piedade de nós

Pelo escândalo na compra de ambulâncias da Planam
Pelos aplausos "roubados" do Kofi Annan
Pelo lindo amor do "sapo barbudo" por sua "rã"

Senhor, tende piedade de nós

Pela Heloisa Helena nua em pêlo
Pela Jandira Feghali e seu cabelo
Pelo charme irresistível do Aldo Rebelo

Senhor, tende piedade de nós

Pela greve de fome que engordou o Garotinho
Pela Denise Frossard de colar e terninho
Pelas aulas de subtração do professor Luizinho

Senhor, tende piedade de nós

Pela volta triunfal do "caçador de marajás"
Pelo Duda Mendonça e os paraísos fiscais
Pelo Galvão Bueno que ninguém agüenta mais

Senhor, tende piedade de nós

Pela eterna farra dos nossos banqueiros
Pela quebra do sigilo do pobre caseiro
Pelo Jader Barbalho que virou "conselheiro"

Senhor, tende piedade de nós

Pela máfia dos "vampiros" e "sanguessugas"
Pelas malas de dinheiro do Suassuna
Pelo Lula na praia com sua sunga

Senhor, tende piedade de nós

Pelos "meninos aloprados" envolvidos na lambança
Pelo plenário do Congresso que virou pista de dança
Pelo compadre Okamotto que empresta sem cobrança

Senhor, tende piedade de nós

Pela família Maluf e suas contas secretas
Pelo dólar na cueca e pela máfia da Loteca
Pela mãe do presidente que nasceu analfabeta

Senhor, tende piedade de nós

Pela invejável cultura da Adriana Galisteu
Pelo "picolé de xuxu" que esquentou e derreteu
Pela infinita bondade do comandante Zé Dirceu

Senhor, tende piedade de nós

Pela eterna desculpa da "herança maldita"
Pelo "chefe" abusar da birita
Pelo novo penteado da companheira Benedita

Senhor, tende piedade de nós

Pela refinaria brasileira que hoje é boliviana
Pelo "compañero" Evo Morales que nos deu uma banana
Pela mulher do presidente que virou italiana

Senhor, tende piedade de nós

Pelo MST e pela volta da Sudene
Pelo filho do prefeito e pelo neto do ACM
Pelo político brasileiro que coloca a mão na "m"

Senhor, tende piedade de nós

Pelo Ali Babá e sua quadrilha
Pelo Gushiken e sua cartilha
Pelo Zé Sarney e sua filha

Senhor, tende piedade de nós

Pelas balas perdidas na Linha Amarela
Pela conta bancária do bispo Crivella
Pela cafetina de Brasília e sua clientela

Senhor, tende piedade de nós

Pelo crescimento do PIB igual do Haití
Pelo Doutor Enéas e pela senhorita Suely
Pela décima plástica da Marta Suplicy

Senhor, tende piedade de nós

Por fim
Para que possamos festejar juntos os próximos natais

Senhor, dái-nos a paz


Dezembro 2006 (Hugo Hamann)

Retirado de http://blogdacaotica.blogspot.com/ com muito respeito, afinal é uma oração profunda.

Tropa de elite e considerações sobre violência

Policiais do BOPE entraram com uma ação na justiça solicitando a proibição da exibição do filme "Tropa de elite"; alegaram que a película denegria a imagem do Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro, não obtiveram sucesso. A juíza, acertadamente, alegou em sua decisão que o filme não apresenta nada que corrobore o argumento, antes, o filme expõe as mazelas de um sistema que está corrompido e não funciona eficazmente já há muito tempo.
A cópia pirata do filme, que circula livremente por bancas de camelôs, mostra uma realidade nua e crua que a população e os governantes continuam preferindo ignorar: Vivemos uma guerra. E numa guerra a frágil linha que separa legalidade de eficácia, é quebrada diariamente pra que as pessoas possam ter um mínimo de sensação de segurança. Não, não aquela sensação de segurança que deveríamos ter para andar livremente num país onde a democracia está instalada, mas aquela de quem vive numa zona de guerra, entre um confronto e outro; aquela segurança de poder dormir com os sentidos em alerta, prontos para reagir quando surgir uma explosão.
O personagem de Wagner Moura (por sinal, excelente no papel do capitão que sabe ter uma missão a cumprir e tem a consciência da necessidade dos limites que podem ser ultrapassados e que também sofre por isso) diz, em determinado momento, "é ingênuo pensar que os policiais vão para guerra e que não vai haver confrontos". A guerra é isso: Confrontos iminentes, onde pessoas morrem, sejam inocentes ou não, sejam pais de família ou traficantes, bandidos ou mocinhos.
Vivemos um momento triste em que o tráfico cada dia mais toma espaço em nossas vidas e nós apenas nos acomodamos, diante de um fato trágico ouvimos aqueles que deveriam ser nossos representantes, dizerem "que não é o momento para discutirmos isso, pois estamos sob o calor da emoção...". Então quando será esse momento?
Alegam que não podemos punir aqueles que infringem a lei, se eles são menores. Mas por que não podemos? - "Ah!Mas existem as medidas sócio-educativas e se o estatuto fosse aplicado...". Mas é essa a questão? Não punir os jovens simplesmente porque são menores de 18 anos? O que diferencia um jovem de 18 anos de outro de 16? Sinceramente não sei. Será que a maioridade tem o efeito de uma varinha mágica que torna o jovem plenamente capaz de "entender e responder por seus atos"?
Alegam que os presos devem ser tratados com direitos humanos. Mas vemos que aqui os direitos humanos se confundem com permissividades. As visitas ocorrem num clima de total descontrole, em que famílias inteiras invadem pátios e celas com sacolas, bolsas e drogas, facilitando ainda a tomada de reféns no caso de uma rebelião. Crianças não deveriam ter acesso a cadeia, presos não deveriam ter todo tipo de aparelho eletrônico em suas celas, as visitas íntimas só deveriam ocorrer entre casados (antes da prisão, nada de casamento dentro das grades) e em ambiente controlado, as celas deveriam ser individuais e espartanas, os presos deveriam trabalhar para garantir seu sustento e se reabilitarem verdadeiramente. Mas, aqui, como já disse, TUDO é atentatório contra os direitos humanos. Até habeas-corpus preventivo nós inventamos...
O Cacciola foi preso em Mônaco e vai ficar numa cela apenas com o básico, sem TV, sem rádinho de pilha, sem visita íntima... Aqui? Aqui ele levariam uma televisão de 42 polegadas, com sinal de satélite por cara não ficar entediado... Nos Estados Unidos, os presos são algemados "mãos e pés", aqui se usam um par de algemas é ostentação e arbitrariedade policial.
Enquanto isso, policiais se corrompem, Deputados e Senadores ganham aposentadorias milionárias, mesmo se envolvidos em escândalos de improbidade, e juízas são promovidas, apesar de estarem envolvidas com traficantes...

Clique AQUI para baixar uma versão em pdf do livro que originou o filme.