A invasão é feita por Aya, Rakan e Zein. São super-heróis dos quadrinhos criados por um estúdio de Porto Alegre. Roupas mais recatadas e temas como religião e terrorismo dão toques regionais à clássica disputa entre o bem e o mal.
(reportagem de Isabel Ferrari para o jornal Hoje da TV globo - exibido em 02/03/06)
(reportagem de Isabel Ferrari para o jornal Hoje da TV globo - exibido em 02/03/06)
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Todos esses personagens estão nas histórias escritas pelo trio em Porto Alegre (RS). O trabalho, encomendado por uma editora egípcia, vai para Arábia Saudita, Síria, Líbano, Egito e Emirados Árabes Unidos.
Criar super-heróis de acordo com a realidade do Oriente Médio é o maior desafio. Os costumes, a religião e até o jeito de vestir têm que seguir os padrões rígidos da cultura de lá.
Cristiane é quem dá cor para as histórias e faz os retoques finais. “Barriga de jeito nenhum, não pode aparecer. Batom vermelho elas não podem usar”, conta a colorista. Um das heroínas sofreu mudanças no figurino. O decote diminuiu e a barriguinha agora fica escondida. “As heroínas são boazudas dentro do possível, com decote fechado”, ri o roteirista Felipe.
As exigências não páram por aí. “Eles sempre pedem para mostrar o islamismo, o judaismo e o cristianismo sempre juntos, então os representantes eles têm que estar sempre juntos, têm que aparecer quase que o mesmo tempo na revista”, explica o desenhista Rafael. Os meninos de Porto Alegre procuram referências o tempo todo. “Teve muita pesquisa no Corão, teve muita pesquisa da região, dos costumes, das tribos locais. Tudo diferente, é outro mundo”, explica Felipe. Mesmo assim, ele já cometeu uma grande gafe: “Basicamente eu fui botar o nome do personagem e botei um palavrão, o que me obrigou a pesquisar num site todos os palavrões árabes para não colocar de novo”, lembra.
Hábitos comuns no Brasil, podem representar uma ofensa por lá. Beijo? “Não! De jeito nenhum!”, fala Rafael. Não rola nada entre homem e mulher. Abraçar? “Quando tem um homem e uma mulher no recinto o diabo é a terceira pessoa é o que diz o islamismo, então realmente não. Totalmente distintos, bem longe um do outro”, completa o roteirista.
Quando Rafael desenha os vilões da história, ele já sabe: “Os vilões normalmente são um organização terrorista, algum terrorista “à la Bin Laden” mas nunca é o próprio Bin Laden ou a Al Qaeda. É sempre uma analogia mesmo.”
O visual de um terrorista é arrojado. “Eles são um pouco mais espalhafatosos usam umas roupas cromadas, prateadas”, conta o desenhista. Apesar das diferenças os vilões não são nada para os nossos super-heróis. Afinal o roteiro das histórias repete a velha formula dos quadrinhos: o bem sempre vence o mal!
Fiquei curioso e dei uma fuçada na internet atrás dos tais hérois, eles são publicados pela AK comics em diversos países do oriente médio (a publicação é em inglês e linguas locais), os principais personagens são:
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AYA - Quando criança viu o pai ser morto a sua frente por uma multidão enfurecida e sua mãe
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Um comentário:
This is a great comic book series - the Brazilian artwork is outstanding and the plotlines, which draw on 3000 years of Middle East history are full of culture and depth.
Go buy it at www.akcomics.com
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