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quarta-feira, maio 17, 2006

SP: Tudo como dantes...

Bem. Depois do acordo (ops! o governo nega isso...), começemos de novo...

Bem. Depois que os confrontos acabaram em São Paulo e aos poucos as coisas voltam ao normal, à medida que os paulistanos e os brasileiros de modo geral, preferem esquecer o ocorrido,vemos que tudo volta a ser como antes do país de Abrantes (mensaleiros, anões do orçamento, doleiros,cueceiros e outros seres fantásticos),vejamos:

  1. Uma advogada (que não representa os presos) quer saber se os chefes de quadrilha transferidos estão bem de saúde, a polícia leva-a de helicoóptero até a cadeia distante mais de 500 km, lá ela conversa com todo mundo e volta pra casa, onde recebe telefonemas de pessoas que "dizem ser das famílias dos presos", informa que eles não foram maltratados e horas depois, coincidentemente, as rebeliões começam a cessar e os ataques a diminuir. Acordo? De jeito nenhum, o Estado não faz acordo com bandido.
  2. O presidente (e candidato) da república diz não acreditar que alguém tenha coragem de usar o episódio para fazer política, seria um desrespeito às vítimas da tragédia, no dia seguinte um de seus ministros utiliza o episódio para criticar e culpar o outro candidato por todo o ocorrido.
  3. No Congresso discursos inflamados clamam votação de urgência para que medidas que estão tramitando há meses (anos?) sejam postas finalmente em prática em forma de lei. Claro que os lobbys começam a ser feitos e cada um aproveita a oportunidade para puxar a brasa.
  4. Incapazes de resolver o problema dos celulares, começam a jogar a responsabilidade para as ‘teles”, que até agora não sabiam ser responsáveis por isso (embora mereçam dividir essa responsabilidade sim).
  5. Depois de Pedro Bial quase chorar no fim do Fantástico para elogiar os policiais, a imprensa volta a seu normal e começar a mudar a imagem da reação policial: de “ação enérgica” para “retaliação” de “presença maciça nas ruas” para “incômodo à população pelo número excessivo de barreiras”.
  6. Os bandidos mortos nos confrontos com a PM podem agora ser “trabalhadores” que morreram por causa da ânsia da Polícia em “dar uma resposta”.
  7. Os grupos de defesa dos direitos humanos falaram: defenderam melhores condições para os presos (que afinal são seres humanos. Assassinos, ladrões, estupradores, mas humanos), falaram contra o RDD, disseram que os caras são vítimas do sistema e culparam os órgãos de segurança por serem corruptos. Nada em defesa dos policiais mortos covardemente (Ah! Esses não são humanos, são servidores públicos)

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