quinta-feira, julho 27, 2006
Cidade do sexoooooooo!
Lei e Justiça
(do editorial da Isto é/1918 de 26.07.06)
Cresce por esses dias no País o tamanho do fosso entre o que é legal e o que é justo. É justo o criminoso que atende pelo codinome “Champinha” barbarizar e matar um casal de jovens e depois de três anos detido ser liberado? Justo não é, mas é legal, dado que, à época do crime, “Champinha” tinha 16 anos, era, portanto, menor e após o período de passagem na Febem poderá ser solto nos próximos meses. Está na letra da lei e essa deve ser cumprida. Mas cabe a indagação: estaria a lei atendendo ao objetivo maior de fazer justiça? A resposta a essa dúvida pode ser buscada no entendimento do que a sociedade aponta como imoral. Se é imoral, não é justo. Pode até ser legal, mas quebrou valores coletivos de justiça. Na população brasileira vem sendo despertado nos últimos tempos o mais legítimo sentimento contra a impunidade latente. Casos como o de “Champinha” ou, para ficar nos exemplos notórios, do réu confesso Pimenta Neves, que executou a namorada, foi condenado e saiu solto do tribunal, constituem afrontas à moral coletiva. Se a moral é ferida, cabe uma mudança de regras para restabelecê-la, dado que é ela o pilar a reger o comportamento de toda uma sociedade. O Judiciário, naturalmente, tem como papel executar a lei. Ele não a cria, apenas cumpre. Restaria ao Legislativo, que anda com a moral baixa e em baixa, rever essas mesmas leis, respondendo ao clamor geral da Nação. Afinal, se as penas estão aquém do sentimento de justiça, está mais do que na hora de revê-las.
domingo, julho 23, 2006
O reflexo do Homem
Seu reflexo simplesmente havia desaparecido; não restava o menor traço de seu corpo no espelho, seu nariz comprido, os olhos puxados e de cor indefinida, seus cabelos grisalhos ou a barba ainda por fazer; tudo sumido. Recostou-se na parede suando frio, esfregou os olhos e percebeu que não estava sonhando. "Virei um vampiro"; foi a primeira bobagem que pensou, para depois dizer aborrecido - Vampiros não acordam de dia - Lembrava-se bem de ter visto seu reflexo ontem ao voltar da caminhada, forçou a memória tentando lembrar exatamente o local e não conseguiu. Ele saíra para caminhar um pouco, relaxar e esticar os ossos, afinal ele merecia isso após tantos anos dedicados exclusivamente ao trabalho, ganhando pouco pelo tanto que fazia, mas o fazia com amor e cheio de alegria, afinal era a única coisa que o deixava feliz depois que Juliana foi embora. Sentia-se doente só de pensar em chegar atrasado e olhe que somente uma vez, por causa de uma greve de ônibus, bateu o ponto depois do horário; lembrava-se bem do dia, a repartição ficara vazia, mesmo o chefe só apareceu depois do meio-dia; depois disso o Homem comprara uma bicicleta, assim era só acordar uma hora mais cedo e ir pedalando até o trabalho quando houvesse outra greve dos motoristas. Ele não merecia aquilo que estava acontecendo, tinha certeza, não estava louco ou sonhando e decidiu fazer o que lhe parecia mais lógico: fazer o percurso inverso da caminhada do dia anterior para tentar descobrir onde vira seu reflexo pela última vez. Passava pelas ruas, envergonhado – O que diriam as pessoas se notassem o seu estado – Somente quando saiu do prédio, notou que sua sombra também o abandonara, tinha lógica, a sombra nada mais é do que um reflexo em negativo proporcionado pela interposição de um corpo opaco diante da luz. Andou por todo caminho atento a todo movimento indicativo de que seu "outro eu" estivesse por perto, passou pela praça onde nos dias de folga ia levar migalhas de pão para os pombos, seus únicos amigos nessa vida quase reclusa em que vivia. Nunca havia casado! Depois do fiasco com Juliana, não conseguiu aproximar-se mais de outra mulher. Vagou pelas ruas o dia inteiro e só à tarde quando, desanimado e sem esperanças, voltava para casa notou a intensa vitrine a sua frente e lembrara-se de ter sua atenção desviada para lá na noite anterior – Ali! Foi onde vi meu reflexo ontem – espantou-se o Homem. Sim ele ficara impressionado com os produtos em exposição e com a promessa de coisas ainda mais interessantes no interior da loja e se detivera alguns minutos buscando elucidar os mistérios de tão exótica casa comercial e enquanto perscrutava o interior da loja, deparou-se com o próprio rosto em um espelho colocado logo após a vitrine. Lembrou de ver um sorriso de canto, desconhecido, quase cafajeste que nada lembrava o seu sorriso formal; depois disso estava em casa preparando-se para dormir... Resolveu entrar e tentar elucidar de vez aquele mistério.
O Homem entrou na Sex-Shop com um pouco de desconfiança, era a primeira vez que ia a um local como aquele, não sabia ao certo como se comportar ou mesmo o que pedir, mas estava achando tudo aquilo muito excitante e divertido. Uma linda morena veio atendê-lo, possuía uma voz manhosa com jeito de gata no cio; vestia um lindo vestido branco com uma transparência que deixava entrever seus seios pequenos e pontudos, uma pequena tatuagem de uma flor de lis sobressaía de seu decote rasgado, uma deusa que todo homem gostaria de ter por uma noite ao menos. Perguntou se podia ajudá-lo e com um sorriso mostrou-lhe as estantes onde se empilhavam ordenadamente os mais variados objetos, capazes de arrancar do âmago de uma pessoa as suas mais veladas fantasias e fazê-las explodir num delírio de puro êxtase. Num repente de ousadia o Homem pediu para ver a relação de moças da casa, que estava exposta em uma das prateleiras; a morena com um olhar sapeca e cheio de malícia, trouxe-lhe a lista, uma seleção das mais belas representantes da espécie. Já não lembrava mais como aquela louca aventura havia começado, queria apenas descobrir que prazeres o esperavam atrás da cortina cor de rosa que dava acesso ao reservado da loja; Pediu a companhia de uma loira de nariz arrebitado, de coxas grossas e dentes perfeitos e de uma nissei de pele alva e cabelos negros como uma noite sem lua.
O quarto era bem decorado, num estilo que lembrava muito os cômodos de uma casa de fazenda, uma colcha de retalhos bem harmonizados decorava a enorme cama de madeira nobre, no ar havia um perfume de coisa selvagem e livre, uma força da natureza. O Homem, investido de um vigor até então desconhecido e ao mesmo tempo tão familiar notou o olhar de disfarçada decepção das meninas, não tinha importância, ao final daquela hora a insatisfação iria transformar-se em louco desejo; o mais antigo ritual do mundo iria mais uma vez tornar-se sagrado e profano, religião e heresia.
Puxou para si a loira, que nunca havia experimentado um beijo tão ardente, uma onda de calor subiu por entre suas pernas quando o Homem tocou delicadamente seus seios por cima da blusa, puxando a alça para os lados e fazendo-os aparecerem rosados e rijos como os de uma menina em plena puberdade; a nissei sentido uma explosão de prazer invadir o quarto, abraçou o Homem em busca de seus lábios, seus pêlos eriçados a tornavam ainda mais selvagem e pueril. A loira foi conquistada num vai e vem malicioso e quente, seus gritos foram ouvidos muito ao longe, a nissei jorrou seu prazer só com os dedos do Homem; seus lábios subiam por entre as coxas das duas mulheres e parecia queimar em brasa cada pequeno pedaço de pele, arrancando urros e suspiros de volúpia imensurável; o Homem não sabia que possuía tanta energia aprisionada e sentiu-se triste por tudo o que já perdera, lembrou-se de Juliana; mas ao mesmo tempo sabia que ainda era possível viver e viver intensamente. Foram horas desse amor louco e insaciável, as meninas pediam mais prazer e Ele lhes dava tudo o que queriam, era como se a deusa do amor houvesse transformado aquele quarto em um templo e espalhasse seu cheiro de fêmea desde a criação; o Homem estava feliz, seu ciclo havia se iniciado e a sua semente ficaria plantada, tudo agora fazia sentido para Ele, era o momento da mudança definitiva, Ele havia vivido para aquele momento. Beijou cada uma das meninas nos lábios e despediu-se delas e Ele soube o quanto era amado, pois só o deixaram sair após prometer voltar logo, sorriu um riso bondoso e honesto e saiu do quarto; a recepcionista o desejou no olhar e perguntou quando seria a vez dela – Breve – respondeu e ajeitando os cabelos no espelho, sorriu novamente o seu sorriso cafajeste: o seu reflexo voltara e Ele sabia, não iria mais abandoná-lo. Piscou os olhos para a morena e saiu assoviando uma canção....
sábado, julho 22, 2006
Arte com latinhas
Lugares fantásticos: China/Tibet
terça-feira, julho 18, 2006
Miracleman ou Marvelman...
em 1981, o inglês Alan Moore retomou o personagem na páginas da revista Warrior comics e genialmente (coisas do cara) modifica e atualiza a origem do personagem, sem jogar fora nenhuma das aventuras anteriores, que passam a ser falsos implantes de memória, fantasias baseadas em histórias em quadrinhos para confundir o herói (num excelente exércicio de metalinguagem) que, claro, acaba descobrindo toda a trama e gerando uma das mais cultuadas séries dos quadrinhos...
Aqui no Brasil, nada ou quase nada dessa fase do herói foi publicado (A RGE publicava as velhas aventuras,tendo mudado o nome do herói para Jack Marvel), mas alguns grupos de scans conseguiram traduzir e publicar inteiramente a série, se vc quer conhecer esse magnifico personagem clique na figura acima e baixe as edições que foram retiradas do antigo site do Miracleman Brasil (que me parece estar fora do ar há alguns anos). A senha do HD é kikosofia. Não perca tempo e aproveite para depois deixar aqui os seus comentários.
segunda-feira, julho 17, 2006
Super!
Vi inúmeras homenagens no filme: Ao primeiro filme, a chuva de meteoros em Smallville (a série da TV), a Marlon Brandon (que aparece em tomadas emprestadas de Superman, the movie); a Christopher Reeve (Brandon Routh é muito semelhante ao cara e eu não tinha me dado conta disso até ver o filme), à capa de estréia do Super em Action Comics #1, à 1ª aparição do Super na reformulação feita por Byrne após Crise nas Infinitas Terras, à morte do Superman...
A transição entre o Lex Luthor dos filmes anteriores e esse é perfeita, nem tão cômico quanto antes, mas nem por isso sem humor, que agora é mais refinado e psicótico, Lois está menos atrapalhada que na versão da Margot Kidder mas igualmente hiperativa e insensível em relação a Clark, que continua o mesmo trapalhão, mais maduro, mas igualmente trapalhão. Mas chega de conversa.Não perca tempo lendo-me, vá ver o filme, leve a pipoca e prepare-se para acreditar novamente que o homem pode voar...
quinta-feira, julho 13, 2006
É amanhã...Superman
Vocês eu não sei, mas que eu estou ansioso para ver o azulão voar de novo, estou. Espero que dessa vez, diferente de X-Men 3 eu consiga ver o filme... lhes conto depois. Para o alto e avante!
- Para o diretor Bryan Singer, Jude Law era o único ator que poderia interpretar o General Zod. Como Law desistiu, Singer retirou o personagem do roteiro.
- Foram plantados 15 hectares de milho para a fazenda dos Kent, que demoraram cerca de 20 semanas para crescerem e estarem prontos para as filmagens.
- O ator Jack Larson, que interpreta o atendente de bar, fez o personagem Jimmy Olsen, no seriado As Aventuras do Superman, de 1952.
- Para o figurino do Superman, foram feitas 80 roupas, 100 capas, 30 botas e 90 cintos.
- Quer mais? clica AQUI.
quarta-feira, julho 12, 2006
PCC
terça-feira, julho 11, 2006
Lugares fantásticos - Bolívia
sexta-feira, julho 07, 2006
igreja de ossos
No local ocorrem algumas batalhas em 1421 que acabaram destruindo parte do cemitério e obrigando a retirada de alguns ossos que foram depositados na capela. O sucesso do cemitério era tão grande que a constante retirada dos restos mortais para que novas pessoas fossem enterradas, criou algumas imensas pilhas de ossos no interior da igreja, fazendo com que em 1784, por ordem do Imperador, o monastério (e o cemitério junto) fosse fechado.
quinta-feira, julho 06, 2006
A viagem...
Como esperávamos a nossa carona tinha ido embora, mas por sorte ou azar do destino encontramos uma velha rural que estava indo para o povoado. 'seu Zé' nos deixou na pracinha principal e fomos até a beira do cais procurar por Tonho, "óia ele lá descendo cá canoa", gritamos até quase estourar os pulmões, mas Tonho, que já ia longe, quase na dobra do rio, não conseguiu mais nos ouvir. E agora, que fazer?
Para chegar à fazenda por ali somente através de canoa e tinhámos perdido a carona do Tonho, pudera, estávamos quase cinco horas atrasados; um senhor se aproximou e se ofereceu para nos levar, "tô indo prus lado de lá não, mas tem acerto". Acertamos trinta reais.
Afundei na lama até acima dos joelhos e, levando as mochilas, atravessei até chegar do outro lado, a distância não era grande mas as meninas ficaram reclamando e voltamos, eu e Júlio, para carregá-las, dessa vez acabei ferindo os pés nos galhos embaixo da lama, mas chegamos ao outro lado.
Já estávamos na estradinha há meia hora e nada de chegar a lugar algum, um rapaz vinha conduzindo dois cestos de bananas em um burro e nos disse que a fazenda era perto - ségui em frenti e dispôis vira à dereita, é logo ali - e apontou com o lábios o caminho. Duas horas depois ainda nem sinal da fazenda; Vó sempre falou que "logo ali apontado de beiço...hum! se prepare pra andar" e andamos.
Marinha ficou com vontade de mijar e correu pra uma moita baixa - olhem não seus tarados - logo depois de ouvirmos o barulhinho do xxxxxiiiiiiiiii, um berro nos fez voltar os olhos na direção de Marinha, que rolava no chão abanando a penugem rala e avermelhada da xoxota - Uai! Ai! Ai - Que foi? - perguntei - cobra? - Ali, Ali... - apontava Marinha, olhei e vi a folha com que ela havia se enxugado - Ô criatura! você não conhece urtiga não? - rimos a valer da coitada que ficou no chão nos pedindo para jogar água no púbis irritado.
Chegamos na fazenda no fim da tarde; cansados, sujos e sedentos, doidos por um copo de água gelada, mas lá não havia energia elétrica.
Cy lembrou que na venda de 'Noca' tinha uma geladeira que funcionava à gás e "era logo ali", andamos mais meia hora e chegamos à vendinha entranhada num morrinho, a visão da geladeira à nossa frente nos deu ânimo. Júlio pediu uma cerveja e Marinha, ainda dolorida e envergonhada disse que o acompanharia; eu queria uma Coca-cola. - É gente - disse 'Noca' - só não tão gelada que o gás cabô ônti e só amenhã é qui o caminhão vai trazê...
Como eu disse, a viagem começou muito bem.
quarta-feira, julho 05, 2006
Esculturas na areia
Mais esculturas de areia: AQUI - AQUI - AQUI - AQUI
segunda-feira, julho 03, 2006
Teatro de sombras e vó
Ficávamos ao redor de Vó e ela iniciava seus contos de forma direta, não havia "era uma vez...", as histórias que falavam de sacis e curupiras, de bois-tatás e cobras, de como ela e as irmãs haviam espantado ladrões de gado que tentaram surrupiar algumas cabeças da fazendinha que meu bisavô cuidava, de uma carreira de onça que haviam tomado certa vez, fluiam de modo simples e contagiante e nos empolgava.
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