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Sempre fui a favor
da liberdade de expressão, contra toda forma de censura, sempre
acreditei que as pessoas têm o direito de ser e de fazer o que bem
entendem, mas também sempre acreditei que, a menos que essa pessoa
viva isolada num planeta deserto, tem que haver regras pois, quando
existem duas pessoas, existe um relacionamento e toda ação gerará
uma reação que afetará o outro, assim as regras servem para
limitar o poder individual de ser e de fazer, buscando um equilíbrio
entre o meu querer e o seu. A liberdade não pode ser confundida com
o caos, ou o mundo vive sob a égide de normas ou a sociedade se
extinguirá como brasa atirada no leito de um rio. Respeitar o querer
ser de cada um, infelizmente não é algo natural como gostariam
alguns “intelectuais”, mesmo a educação não impregna no homem
essa qualidade, somos egoístas por natureza, não por que somos maus
ou por que herdamos os pecados de nossos pais, somos simplesmente
muito apegados a nós mesmos, Freud explica isso muito bem com o
conceito de EGO, ID e SUPEREGO, sem regras que permitam o convívio
social, nem sequer teríamos saído das cavernas para ganhar o
espaço. Por isso quando vejo o vandalismo gritante de alguns
radicais, em especial os autodenominados “black blocs”,
que não possuem nenhum objetivo além do vandalismo em si, a baderna
como forma de protesto vazia, lembrando atitudes e métodos
nazifascistas (a exemplo
dos empregados pela juventude hitlerista
ou os
camisas negras italianos), porém carentes como já afirmei,
de uma ideologia verdadeira, querem simplesmente anarquizar, ser
contra tudo e contra todos, afirmam protestar contra os governos,
lutando por democracia, mas como, se para fazer isso desafiam a
própria democracia?
A alegação mais recorrente é que “como o Estado usa de violência
institucionalizada contra a população…”, vamos então usar da
mesma violência contra o Estado. Esquecem de uma coisa, o Estado
somos todos nós; queiram ou não admitir, quem mais sofre com tais
ações é a sociedade pela qual dizem lutar. Pude acompanhar alguns
protestos, principalmente bloqueios de estradas, o que vi nessas
ocasiões foram pessoas que nada tem a ver com a solução imediata
de qualquer problema, pessoas que tentavam se deslocar para casa após
um dia de trabalho, ou indo a uma consulta médica, vi crianças de
colo agitadas e famintas e até mesmo um paciente que morreu por não
conseguir transpor um desses bloqueios, mesmo estando numa
ambulância, vi inclusive o absurdo de alguém que disse em relação
ao caso “não se pode fazer uma omelete sem quebrar ovos”. Fato é
que os tais radicais continuam angariando a simpatia de um grupo de
intelectuais (?), ditos radicais, cujo discurso parece evocar quase
sempre uma convocação as armas, mesmo afirmando clamar por paz.
Como temos visto nos
últimos dias, muitos dos protestos, ou melhor, da violência
ocorrida nestes, foi fruto de uma bem pensada estratégia de
amedrontamento e formação de caos, uma tentativa de desmoralizar as
forças institucionalizadas, cujos objetivos ainda são nebulosos,
mas que devem aparecer com o caminhar das investigações policiais.
Alguns dos líderes já foram presos e outros tentam politizar a
violência argumentando sofrer perseguição “do sistema”. Muita
coisa ainda deverá vir a descoberto, principalmente com o término
da Copa e a aproximação do pleito eleitoral (quem financia esses
grupos, quais os objetivos e quem são os beneficiados). Convêm
portanto, ficar atento as diversas fontes de informação hoje
disponíveis e tentar observar o que realmente ocorre por trás da
notícia estampada nos noticiários.
Eu creio na Paz,
essa com P maiúsculo, que respeita o direito dos outros, que sabe
que certas lutas são inevitáveis, mas que a violência não é
caminho para absolutamente nada, na Paz que dá a outra face, a face
da denúncia, da educação, da não agressão gratuita, porque
infelizmente as vezes é preciso bater sim. Creio na Paz que expõe
verdades e procura não repetir erros, na Paz que busca a verdadeira
Democracia, que faz mudanças com a força de um voto, na Paz que se
apoia na solidariedade e justiça. Mas para isso é preciso que
estejamos dispostos a fazer a maior de todas as revoluções:
Mudarmos a nós mesmos.
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