Se pegarmos o dicionário, veremos que cidadania é, substantivo feminino, "condição de cidadão" e que este é definido como "habitante de uma cidade - indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado". Nos programas que vemos nos meios de comunicação sempre aparece um especialista "de não sei das quantas" pra falar da origem etimológica da palavra, que remonta à Roma antiga, onde eram cidadãos aqueles com direito a voto e a "ter direitos" e que não eram cidadão os estrangeiros e escravos, como se isso fosse o suficiente para que o grande público finalmente aprendesse a exercer sua cidadania.
Bem. Cidadania é uma palavra muito bonita e profunda, que requer muito mais do que o exercício dos direitos civis, muito mais do que ser obrigado a votar e ainda ter que engolir a falácia de que o voto é "um dever, mas também um direito". Se a cidadania deve ser exercida ela o deve ser integralmente, de forma consciente e em todos os aspectos da vida cotidiana.
Cidadania requer coragem. Coragem de ser honesto num País onde corrupção é motivo de inveja. Coragem de se dedicar a uma causa, mesmo sabendo da dificuldade do caminho e de que muitas vezes é preciso fazer o caminho. Coragem de buscar conhecimento, mesmo sabendo que o conhecimento nos leva a uma jornada sem fim. Coragem de ter um ideal e guiar sua vida por ele, mesmo sabendo dos atritos que você irá causar. Coragem de fazer o correto apesar da conseqüências.
Cidadania é cumprir os deveres que a legislação determina, pois eles são, ou deveriam ser, para o bem comum. Cidadania é saber que não se deve jogar lixo no chão e guardar o papel do bombom no bolso até achar uma lata de lixo onde colocá-lo. Cidadania é exigir a lata de lixo. Cidadania é não ultrapassar o sinal vermelho, nem andar a mais do que o permitido. Cidadania é dedicar um tempo para si próprio e um pouco de tempo para os outros. Cidadania é poder ter esse tempo para dispor.
É cidadão o que se envolve com os problemas de seu bairro, o que lembra de quem foi seu voto na eleição e acompanha o eleito, cobrando, propondo e exigindo. É cidadão o que depois da eleição torce para que o eleito faça o correto, mesmo que não tenha sido o seu candidato, e que o apóia se suas propostas estiverem corretas, ajudando a melhorá-las se for preciso e não apenas criticando apesar dos benefícios coletivos.
Cidadania não é dada por lei ou decreto, não é encontrada em livros ou teses de doutorado, não é resolução da ONU ou matéria de prova na escola. Cidadania é conquista e toda conquista só acontece quando temos a coragem de dar o primeiro passo, sem medo das eventuais quedas que virão.
Vote bem!
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