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sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Onde fica a indignação? II

"A morte do menino de seis anos que foi arrastado pelo cinto de segurança por bandidos, causou indignação ao país..."

Será mesmo? Não vi pessoas invadindo o palácio do governo para protestar contra a violência nas ruas, não vi protestos ou mesmo rostos indignados...Vi indignação e protesto do pessoal que perdeu o avião por causa das chuvas fecharam o aeroporto. Isso eu vi!

Há tempos venho dizendo aqui no blog que a situação da violência no país é grave, mais que isso é preocupante e estarrecedora. Estava de férias e confesso que me afastei voluntariamente das notícias dos telejornais, mas não pude evitar de ouvir uma série de coisas: Precedentes sendo abertos para crimes hediondos... Juízes que liberam o assassino do cinema, alegando que sua pena foi alta demais... bandidos continuando a queimar ônibus... A ministra do Supremo sendo assaltada... Violência e morte em festa populares... bandidos atirando contra carros de polícia, ameaçando e matando funcionários públicos... E crianças sendo arrastadas até a morte...

E onde fica a indignação da gente? Onde ficam as promessas do senhores e senhoras da política? Onde fica a coragem de verdadeiramente mudar as leis tornando-as mais duras?

Acreditem. Enquanto não tivermos a diminuição da maioridade penal, a suspensão do regime semi-aberto para crimes violentos, o aumento do tempo para conquista desse benefício para crimes não violentos, cadeias mais humanas (mas disciplinarmente rígidas), cominações de penas maiores para crimes contra funcionários públicos, políticas sérias de combate à violência, políticas sociais de inclusão, enquanto não repensarmos a prevenção ao uso de drogas, a reestruturação e valorização da família, enquanto não conseguirmos dar aos jovens exemplos morais (isso mesmo que você está lendo) sólidos, sonhos a serem sonhados e vidas a serem vividas... Sinto dizer mais a violência continuará vencendo essa guerra, ou você ainda acha que a guerra do Iraque é pior do que a que ocorre aqui.

Faça a sua parte, escreva pro seu representante político, cobre dele uma postura, se indigne, levante da cadeira e saia às ruas, mas faça algo, POR FAVOR!

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