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sábado, julho 19, 2025

KIKOSOFIA Nº 33 - JULHO DE 2025

 


O NOVO NÚMERO DA KIKOSOFIA ESTÁ DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD OU LEITURA ONLINE.


BOAS LEITURAS

O QUE VOCÊ IRÁ LER NESTE NÚMERO:

UM NOVO SÍMBOLO PARA UMA ACESSIBILIDADE PLURAL;
UM JARDIM - DA SÉRIE QUARTA CRESCENTE;
"O PROMETIDO DE NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS" - CONTO DE ITAMAR SILVA FILHO;
ÍCONE DA CULTURA POP - ULTRAMAN;
ENTRE OS VÉUS DA PRUDÊNCIA E A APATIA CONSENTIDA;
A CORNETA QUE GANHOU UMA BATALHA;
O PAPEL DA BAHIA NA INDEPEDÊNCIA;
NOTÍCIAS HISTÓRICAS SOBRE A CIDADE HERÓICA DE CACHOEIRA;
UM CONTO DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE;
POESIAS;
DICAS DE LIVROS; FILMES, QUADRINHOS.

terça-feira, julho 15, 2025

TODAS AS EDIÇÕES

Olá a você que está chegando agora. A revista Kikosofia pode ser lida ou baixada nos links abaixo. E caso você queira colaborar com seu artigo, conto ou poesia, escreva para kikosofia@gmail.com que teremos o maior prazer em avaliar e publicar o seu texto. Seja bem vindo, boas leituras e pode compartilhar à vontade. 





segunda-feira, junho 23, 2025

Revista Kikosofia 32 - Junho 2025


Edição de junho - Baixe a sua AQUI ou leia online AQUI

Neste número: Um conto de Virgínia Woolf; Entre bonecas de silicone e crianças digitais, A tradição das festa juninas, Obediência e resignação, O valor que o peido tem, Karl Landsteiner e os mistérios do sangue, A liberdade de poder pensar, A real abolição moral, Poemas, Dicas de Quadrinhos, Cinema, Livros  etc.
Liberdade de expressão, Tiananmen, Um inimigo do povo, Todos os homens do presidente, Infiltrado na Khan, Um teto todo seu.

 

quarta-feira, outubro 18, 2023

Inconsistências cotidianas

 

Quando eu estava no fim do ensino médio, minha diversão junto com alguns colegas era planejar assaltos a banco. Claro, nenhum de nós se tornou um fora da lei, ao contrário, quase todos desse grupo se tornaram em alguma esfera, defensores da democracia, mantenedores da segurança pública ou fomentadores da economia. Aqueles planos elaborados, porém ingênuos, serviram para alguns como ensaio de como prever ações e tomar medidas contrárias.

Uma das primeiras coisas que aprendi na Academia, nas aulas de Direito foi que o crime possui etapas e que só passa a ser crime realmente a partir do momento em que você o coloca em execução. Se o objetivo criminoso é alcançado, temos um crime, se não, temos uma tentativa. Ainda assim, se essa tentativa é inexequível ou ineficaz sequer pode ser considerada e, portanto, isenta de punibilidade. É como se após planejar uma explosão a um banco, usassem como explosivos aqueles “traques” (bombinhas, estalos)

que crianças costumam estourar nas mãos durante as festas juninas. Ou, se forçarmos a imaginação, tentar matar outra pessoa atirando bolinhas de papel, o que seria um crime impossível.

Outra coisa que aprendi nos meus anos de estudo, foi que existe algo chamado proporcionalidade, que determina que cada um seja punido de acordo com a conduta realizada. Em razão disso é necessário que exista a individualização dessas condutas, dessa forma, cada um será punido de acordo com aquilo que realizou. Quem planeja tem uma pena, quem executa outra, quem mata outra e assim sucessivamente. A punição de quem explode um banco difere da punição de quem vendeu a dinamite ilegalmente.

Nossa Justiça, tão envolta em polêmicas nos últimos anos, parece simplesmente desconsiderar tais princípios, e muito já se falou sobre isso por ai. É indiscutível a segregação política ocorrida recentemente em nosso país, como o é o fato de que radicalismos imbecis e irracionais tomaram conta das discussões sobre direitos, deveres e sobre quais rumos a nossa tão recente Democracia irá tomar nos próximos anos. Talvez, justamente por não termos certeza de que tipo de País estamos construindo, a Justiça tenha se colocado como defensora moral de uma ética personalíssima de alguns magistrados e, por bem ou por mal, atropelado os Princípios que deve proteger. Minutas e planos de “golpe”, se transformam no crime em si, ainda que não tenham sido implementados ou tenham se mostrado ineficazes; Cidadãos manipulados viram artífices violentos de uma tentativa de derrubada de poder, apesar de sequer termo oferecido riscos as autoridades constituídas. Pior, são exemplarmente presos, isolados, tornado incomunicáveis e julgados com uma severidade absurda que desconsidera qualquer individualização de condutas. São golpistas e pronto!

E veja, não irei negar a pretensão de questionar, dificultar, desestabilizar e repudiar o projeto de governo recém eleito. O clima de indignação permeou todo o processo eleitoral desde antes da campanha. E não à toa. O povo viu a Justiça desdizer e desmerecer tudo que ela mesma havia corroborado e confirmado pouquíssimo tempo antes. As decisões judiciais, principalmente na “mais alta corte do país” deveriam ter um aspecto de perenidade, que foi derrubado por motivos muito mais políticos que técnicos.

A insegurança jurídica sempre foi um fator dificultador para no Brasil. E infelizmente, a postura, a judicialização política, a intervenção em outros poderes, o protagonismo exagerado de alguns magistrados, só fizeram aumentar essa sensação. Um direito que hoje é assegurado, amanhã pode ser extinto. Vide o recente exemplo do chamado “casamento” homoafetivo, sonhado direito de grupos minoritários, consolidado não por lei, mas por resolução do STF e que agora se encontra sob ameaça de extinção no Congresso Nacional. Mesmo com pouca chance de prosperar, o desgaste legal será evidente, já que mais uma vez deverá haver judicialização do tema.

À margem disso, vejo nos jornais o avanço de grupos criminosos que, prevendo pouca ou nenhuma punição efetiva da Justiça, prosseguem tomando cidades como reféns para cometerem assaltos em ações cinematográficas capturadas por câmeras de vigilância ou celulares sem nenhum pudor. Explosões, tiros e pessoas servindo de escudo humano são comuns nesses eventos. Bairros inteiros são privados da presença estatal, sendo controlados por criminosos que determinam até de quem se pode ou não ser amigo, que cooptam crianças e adolescentes para o tráfico ou a prostituição, que infundem na juventude a mentalidade da violência como fator de sucesso. E a Justiça, involuntariamente (?), acaba por facilitar a expansão desses territórios criminosos por questionar ou limitar operações policiais nessas áreas.

No Rio de Janeiro, um grupo de médicos é brutalmente assassinado e, dias depois lemos num dos principais jornais do país que os suspeitos do crime foram executados por ordem de uma facção cujas lideranças “estariam contrariadas com a repercussão do caso, já que inocentes acabaram mortos”. Como se eles mesmo não fossem responsáveis por tantas mortes de inocentes. O curioso é que avisaram a polícia que haviam “resolvido o problema” e a decisão, esta foi tomada por videoconferência entre os líderes que se encontram presos num presídio de segurança máxima, afirma o mesmo jornal. O recado para o Estado é claro, não há lugar para vocês aqui, quem manda somos nós.

Vez por outra vemos nos noticiários manchetes do tipo “Perigoso líder criminoso é solto durante plantão de juiz ou desembargador e some após verificado o erro”. Na Bahia, o fornecedor de armas de guerra a grupos criminosos foi solto por um benefício legal apenas 13 dias após ser preso, anos de investimento em tempo e dinheiro para rastrear o criminoso, jogado no lixo. A rotina de tais fatos torna tais erros no mínimo suspeitos, mas sobre isso ninguém quer falar. A crítica se tornou censurável, embora a censura inexista em nosso ordenamento constitucional.

No outro extremo do mundo, um grupo radical ataca cidades e vilarejos e mata pessoas indistintamente. Alegam buscar libertação de um povo opressor e misturam em sua sanha motivos geopolíticos, religiosos e raciais. Como em toda guerra, os inocentes (em ambos os lados) irão sofrer, serão “perdas colaterais” esperadas (por mais cruel que isso soe). Mas há regras mesmo numa guerra e assassinar e decapitar crianças ou mulheres grávidas é inumano. Mas tais ações têm sido direta e indiretamente louvadas por políticos e partidos em nosso país, sob alegação de que isso é “resistência”. Os atacados por sua vez, retaliam com toda força que a sua superioridade permite, sem piedade ou espaço para negociação, casas, hospitais e escolas são bombardeados sem distinção sob alegada presença do inimigo. Igualmente recebem apoio de governos e entidades internacionais. Friso que nem criminosos, nem decapitadores de bebês, nem senhores da guerra têm sido chamados de subversivos ou terroristas

segunda-feira, setembro 18, 2023

Kikosofia n° 14 - online

 


Leia Aqui  

Neste número: Dossiê Mafalda, Um conto de H.P. Lovecraft, Poesias, Dicas de leitura e cinema e mais.

Cuidar uns dos outros

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de suicídios no Brasil teria crescido 11,8% em 2022, sendo registrados 16.262 casos, o que significa uma média de 44 ocorrências por dia, são 8 suicídios por 100 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que anualmente quase 1 milhão de pessoas no mundo cometam suicídio. Embora esse número venha diminuindo globalmente (cerca de 36%), nas Américas o fluxo, ao contrário, segue aumentando, sendo hoje a 4ª causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos de idade. O consumo de álcool e substâncias psicoativas durante a e adolescência possuem relação direta com casos de suicídio entre jovens. 

O suicídio é um fenômeno complexo, um importante problema de saúde pública, com impactos diretos na sociedade e que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estão relacionados às principalmente diagnosticadas doenças aquelas ou t r atadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao t r atamento psiquiátrico e informações de qualidade.

 Falar sobre o assunto ainda é visto como um tabu, porém é importante tratar do t ema e buscar a conscientização como forma de ajudar na prevenção e auxiliar pessoas que estejam passando por momentos de crise possam buscar ajuda e um tratamento adequado, entendendo que a vida sempre é a melhor escolha. 

Dessa forma, se informar é importantíssimo para lutar contra esse grave problema. Quando uma pessoa decide terminar a própria vida, seus pensamentos, sentimentos e ações se mostram muito restritivos e ela é incapaz de perceber outras maneiras de lidar com os problemas. Toda ameaça de suicídio deve ser levada à sério, toda pessoa que t em tais pensamentos deve receber cuidado, atenção e atendimento. Por isso, aprender a identificar os sintomas de alguém que está pensando em se matar é essencial. 

É sempre importante ter atenção e escutar a pessoa sem fazer julgamentos, mostrar disponibilidade e empatia, buscando levar a pessoa a um psiquiatra que poderá lidar com a situação de maneira técnica. Transtornos psíquicos como a Ansiedade e a Depressão costumam ser vistos de forma preconceituosa pelas pessoas, mas são doenças sérias que devem ser encaradas sem nenhuma vergonha, que podem ser tratadas e controladas de modo que o paciente possa levar uma vida saudável e produtiva. É sempre importante ter atenção e escutar a pessoa sem fazer julgamentos 

Quer saber mais LEIA A KIKOSOFIA.

quinta-feira, maio 04, 2023

Entre Fakes e Projetos

 por Francisco Moreira


É inegável a necessidade imperiosa de criar mecanismos eficientes de regulação da internet, como dito por alguém, ela não pode ser “terra de ninguém” onde é cada um por si e salve-se quem puder, por isso mesmo, iniciativas que visam estabelecer regras claras e que evitem abusos e armadilhas digitais vem sendo implantadas em todo o mundo. Mas quando a gente vê um projeto que desde 2020 vem sendo paulatinamente atrasado em suas discussões, de repente ganhar ares de urgência, sendo alçado a condição de “salvador de nossas crianças e de nossa democracia”, a pulga atrás da orelha começa a coçar absurdamente.

Tal projeto de lei, o de número 2630, alcunhado de “Lei das fakenews” nasceu como um mecanismo de combate a “desinformação”, definida inicialmente pelo relator do projeto, o Senador Alessandro Vieira, como “conteúdo, em parte ou no todo, inequivocamente falso ou enganoso, passível de verificação, colocado fora de contexto, manipulado ou forjado, com potencial de causar danos individuais ou coletivos, ressalvado o ânimo humorístico ou de paródia”, e foi ganhando volume a ponto de ter hoje o dobro de artigos da proposta original.

Catapultada a status de prioridade depois dos protestos (tentativa de golpe?) do, agora histórico, 08 de janeiro em Brasília, e se valendo da perspectiva de que crimes cometidos em escolas por adolescentes logo no início do ano teriam sido incentivados através de canais online, o PL 2630 começou a dividir opiniões entre aqueles que o vêm como uma solução plausível e adequada e outros que o vêm como o precedente de censura e controle de mídia.

Vale dizer que entre declarações como “o WhatsApp é coisa de Satanás” ou “O PL2630 é coisa de país tirânico”, uma verdade se sobressai, a de que o tema ainda está longe de ser esgotado e que há sim a necessidade de maiores e melhores discussões sobre o assunto antes que o projeto se torne Lei. Há ainda muitos pontos obscuros, falta de definições claras de algumas condutas ali descritas; o conceito do que é desinformação, por exemplo sumiu do texto. Uma das versões (já modificada) o substituía por “comportamento inautêntico”, seja lá o que for isso. E, no momento em eu escrevo, pois a votação feste foi adiada para mais discussões, não há qualquer definição do que seja desinformação, fake News ou o tal conteúdo inautêntico.

No cabo de guerra, o governo e algumas empresas de comunicação (beneficiadas em razão da lei não se aplicar a elas) dizem que provedores de conteúdo e mensageria privada estão disseminando um terror injustificado e extremista contra a futura lei. Já os provedores alegam que a falta de clareza de alguns pontos e certas posturas esperadas destes podem acabar por criar mais desinformação e confusão do que já existem.

Fico com esses últimos, por enquanto, até porque, em um aceno possível as hipóteses de censura que circulam pela rede digital, o STF determinou que os provedores retirassem de seus portais as informações com as impressões destes sobre o projeto de lei. Opiniões que de forma bastante equilibradas traziam questionamentos sobre o projeto, que, sejamos sinceros, foi pouquíssimo discutido com a sociedade e os usuários das diversas mídias sociais.

Como dito acima, a necessidade de uma lei para regulamentar as vias digitais, apontando responsabilidade e comportamentos, visando transparência e maior proteção contra conteúdos nocivos é algo imperioso, porém para que seja eficaz tem que ser clara e objetiva no que se propõe, tem que ser discutida em relação a tecnicidade, a constitucionalidade, a exequibilidade e a um equilíbrio que mantenha o sistema social funcionando de maneira ordeira e sem sobressaltos desnecessários. E não pode ser uma colcha de retalhos que misture direitos autorais, relações comerciais e outros penduricalhos.

As leis não existem em razão desse ou daquele comportamento pontual, mas precisam atender a demanda de toda a sociedade organizada. Para que certos mecanismos de controle tenham eficácia é preciso que se conheça a fundo o objeto de controle, de modo a prevenir abusos ou excessos de facilidades. Claro que os provedores de mídia social precisam assumir responsabilidade por conteúdos não moderados e nocivos em suas plataformas, não podemos admitir mais que grupos extremistas, preconceituosos, nazistas, pedófilos, etc. se perpetuem de modo a influenciar crianças, adolescentes ou quem quer que seja à prática de atos criminosos ou perigosos.

Lembro o recente bloqueio do Telegram acusado de não fornecer dados sobre investigações policiais a respeito de grupos neonazistas, dados que segundo a empresa seriam impossíveis de serem entregues devido a limitações técnicas. Não vou discutir o fato em si, mas lembro que o Telegram era um mensageiro quase desconhecido há alguns anos aqui no Brasil, mas ganhou força justamente após bloqueios seguidos do WhatsApp, por motivos semelhantes. Ou seja, os usuários simplesmente foram buscar uma alternativa e será sempre assim. Portanto, não basta apenas bloquear essa ou aquela aplicação, é preciso investir seriamente em tecnologia de infiltração, em educação digital e social, criar mecanismos de inclusão e ferramentas de investigação eficazes. Como tudo isso interessa diretamente ao consumidor usuário das diversas redes sociais que operam na internet, não é cabível que um Projeto de Lei seja votado e aprovado sem uma ampla discussão que envolva a sociedade.