KIKOSOFIA
sábado, julho 19, 2025
KIKOSOFIA Nº 33 - JULHO DE 2025
terça-feira, julho 15, 2025
TODAS AS EDIÇÕES
Olá a você que está chegando agora. A revista Kikosofia pode ser lida ou baixada nos links abaixo. E caso você queira colaborar com seu artigo, conto ou poesia, escreva para kikosofia@gmail.com que teremos o maior prazer em avaliar e publicar o seu texto. Seja bem vindo, boas leituras e pode compartilhar à vontade.
segunda-feira, junho 23, 2025
Revista Kikosofia 32 - Junho 2025
segunda-feira, maio 26, 2025
KIKOSOFIA Nº 31 - MAIO 2025
quarta-feira, outubro 18, 2023
Inconsistências cotidianas
Quando eu estava no fim do ensino
médio, minha diversão junto com alguns colegas era planejar assaltos a banco.
Claro, nenhum de nós se tornou um fora da lei, ao contrário, quase todos desse
grupo se tornaram em alguma esfera, defensores da democracia, mantenedores da
segurança pública ou fomentadores da economia. Aqueles planos elaborados, porém
ingênuos, serviram para alguns como ensaio de como prever ações e tomar medidas
contrárias.
Uma das primeiras coisas que aprendi
na Academia, nas aulas de Direito foi que o crime possui etapas e que só passa
a ser crime realmente a partir do momento em que você o coloca em execução. Se
o objetivo criminoso é alcançado, temos um crime, se não, temos uma tentativa.
Ainda assim, se essa tentativa é inexequível ou ineficaz sequer pode ser
considerada e, portanto, isenta de punibilidade. É como se após planejar uma
explosão a um banco, usassem como explosivos aqueles “traques” (bombinhas,
estalos)
que crianças costumam estourar nas
mãos durante as festas juninas. Ou, se forçarmos a imaginação, tentar matar
outra pessoa atirando bolinhas de papel, o que seria um crime impossível.
Outra coisa que aprendi nos meus anos
de estudo, foi que existe algo chamado proporcionalidade, que determina que
cada um seja punido de acordo com a conduta realizada. Em razão disso é
necessário que exista a individualização dessas condutas, dessa forma, cada um
será punido de acordo com aquilo que realizou. Quem planeja tem uma pena, quem
executa outra, quem mata outra e assim sucessivamente. A punição de quem
explode um banco difere da punição de quem vendeu a dinamite ilegalmente.
Nossa Justiça, tão envolta em
polêmicas nos últimos anos, parece simplesmente desconsiderar tais princípios,
e muito já se falou sobre isso por ai. É indiscutível a segregação política
ocorrida recentemente em nosso país, como o é o fato de que radicalismos
imbecis e irracionais tomaram conta das discussões sobre direitos, deveres e
sobre quais rumos a nossa tão recente Democracia irá tomar nos próximos anos. Talvez,
justamente por não termos certeza de que tipo de País estamos construindo, a
Justiça tenha se colocado como defensora moral de uma ética personalíssima de
alguns magistrados e, por bem ou por mal, atropelado os Princípios que deve
proteger. Minutas e planos de “golpe”, se transformam no crime em si, ainda que
não tenham sido implementados ou tenham se mostrado ineficazes; Cidadãos
manipulados viram artífices violentos de uma tentativa de derrubada de poder,
apesar de sequer termo oferecido riscos as autoridades constituídas. Pior, são
exemplarmente presos, isolados, tornado incomunicáveis e julgados com uma
severidade absurda que desconsidera qualquer individualização de condutas. São
golpistas e pronto!
E veja, não irei negar a pretensão de questionar,
dificultar, desestabilizar e repudiar o projeto de governo recém eleito. O
clima de indignação permeou todo o processo eleitoral desde antes da campanha.
E não à toa. O povo viu a Justiça desdizer e desmerecer tudo que ela mesma
havia corroborado e confirmado pouquíssimo tempo antes. As decisões judiciais,
principalmente na “mais alta corte do país” deveriam ter um aspecto de
perenidade, que foi derrubado por motivos muito mais políticos que técnicos.
A insegurança jurídica sempre foi um fator dificultador
para no Brasil. E infelizmente, a postura, a judicialização política, a
intervenção em outros poderes, o protagonismo exagerado de alguns magistrados,
só fizeram aumentar essa sensação. Um direito que hoje é assegurado, amanhã
pode ser extinto. Vide o recente exemplo do chamado “casamento” homoafetivo,
sonhado direito de grupos minoritários, consolidado não por lei, mas por
resolução do STF e que agora se encontra sob ameaça de extinção no Congresso
Nacional. Mesmo com pouca chance de prosperar, o desgaste legal será evidente,
já que mais uma vez deverá haver judicialização do tema.
À margem disso, vejo nos jornais o avanço de grupos
criminosos que, prevendo pouca ou nenhuma punição efetiva da Justiça,
prosseguem tomando cidades como reféns para cometerem assaltos em ações
cinematográficas capturadas por câmeras de vigilância ou celulares sem nenhum
pudor. Explosões, tiros e pessoas servindo de escudo humano são comuns nesses
eventos. Bairros inteiros são privados da presença estatal, sendo controlados
por criminosos que determinam até de quem se pode ou não ser amigo, que cooptam
crianças e adolescentes para o tráfico ou a prostituição, que infundem na
juventude a mentalidade da violência como fator de sucesso. E a Justiça,
involuntariamente (?), acaba por facilitar a expansão desses territórios
criminosos por questionar ou limitar operações policiais nessas áreas.
No Rio de Janeiro, um grupo de médicos é brutalmente
assassinado e, dias depois lemos num dos principais jornais do país que os
suspeitos do crime foram executados por ordem de uma facção cujas lideranças
“estariam contrariadas com a repercussão do caso, já que inocentes acabaram
mortos”. Como se eles mesmo não fossem responsáveis por tantas mortes de
inocentes. O curioso é que avisaram a polícia que haviam “resolvido o problema”
e a decisão, esta foi tomada por videoconferência entre os líderes que se
encontram presos num presídio de segurança máxima, afirma o mesmo jornal. O
recado para o Estado é claro, não há lugar para vocês aqui, quem manda somos
nós.
Vez por outra vemos nos noticiários manchetes do tipo
“Perigoso líder criminoso é solto durante plantão de juiz ou desembargador e
some após verificado o erro”. Na Bahia, o fornecedor de armas de guerra a
grupos criminosos foi solto por um benefício legal apenas 13 dias após ser
preso, anos de investimento em tempo e dinheiro para rastrear o criminoso,
jogado no lixo. A rotina de tais fatos torna tais erros no mínimo suspeitos,
mas sobre isso ninguém quer falar. A crítica se tornou censurável, embora a
censura inexista em nosso ordenamento constitucional.
No outro extremo do mundo, um grupo radical ataca cidades
e vilarejos e mata pessoas indistintamente. Alegam buscar libertação de um povo
opressor e misturam em sua sanha motivos geopolíticos, religiosos e raciais.
Como em toda guerra, os inocentes (em ambos os lados) irão sofrer, serão
“perdas colaterais” esperadas (por mais cruel que isso soe). Mas há regras
mesmo numa guerra e assassinar e decapitar crianças ou mulheres grávidas é
inumano. Mas tais ações têm sido direta e indiretamente louvadas por políticos
e partidos em nosso país, sob alegação de que isso é “resistência”. Os atacados
por sua vez, retaliam com toda força que a sua superioridade permite, sem
piedade ou espaço para negociação, casas, hospitais e escolas são bombardeados
sem distinção sob alegada presença do inimigo. Igualmente recebem apoio de
governos e entidades internacionais. Friso que nem criminosos, nem decapitadores
de bebês, nem senhores da guerra têm sido chamados de subversivos ou
terroristas
segunda-feira, setembro 18, 2023
Kikosofia n° 14 - online
Cuidar uns dos outros
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de suicídios no Brasil teria crescido 11,8% em 2022, sendo registrados 16.262 casos, o que significa uma média de 44 ocorrências por dia, são 8 suicídios por 100 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que anualmente quase 1 milhão de pessoas no mundo cometam suicídio. Embora esse número venha diminuindo globalmente (cerca de 36%), nas Américas o fluxo, ao contrário, segue aumentando, sendo hoje a 4ª causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos de idade. O consumo de álcool e substâncias psicoativas durante a e adolescência possuem relação direta com casos de suicídio entre jovens.
O suicídio é um fenômeno complexo, um importante problema de saúde pública, com impactos diretos na sociedade e que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estão relacionados às principalmente diagnosticadas doenças aquelas ou t r atadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao t r atamento psiquiátrico e informações de qualidade.
Falar sobre o assunto ainda é visto como um tabu, porém é importante tratar do t ema e buscar a conscientização como forma de ajudar na prevenção e auxiliar pessoas que estejam passando por momentos de crise possam buscar ajuda e um tratamento adequado, entendendo que a vida sempre é a melhor escolha.
Dessa forma, se informar é importantíssimo para lutar contra esse grave problema. Quando uma pessoa decide terminar a própria vida, seus pensamentos, sentimentos e ações se mostram muito restritivos e ela é incapaz de perceber outras maneiras de lidar com os problemas. Toda ameaça de suicídio deve ser levada à sério, toda pessoa que t em tais pensamentos deve receber cuidado, atenção e atendimento. Por isso, aprender a identificar os sintomas de alguém que está pensando em se matar é essencial.
É sempre importante ter atenção e escutar a pessoa sem fazer julgamentos, mostrar disponibilidade e empatia, buscando levar a pessoa a um psiquiatra que poderá lidar com a situação de maneira técnica. Transtornos psíquicos como a Ansiedade e a Depressão costumam ser vistos de forma preconceituosa pelas pessoas, mas são doenças sérias que devem ser encaradas sem nenhuma vergonha, que podem ser tratadas e controladas de modo que o paciente possa levar uma vida saudável e produtiva. É sempre importante ter atenção e escutar a pessoa sem fazer julgamentos
Quer saber mais LEIA A KIKOSOFIA.
quinta-feira, maio 04, 2023
Entre Fakes e Projetos
por Francisco Moreira
Tal projeto de lei, o de número
2630, alcunhado de “Lei das fakenews” nasceu como um mecanismo de combate a
“desinformação”, definida inicialmente pelo relator do projeto, o Senador
Alessandro Vieira, como “conteúdo, em parte ou no todo, inequivocamente falso
ou enganoso, passível de verificação, colocado fora de contexto, manipulado ou
forjado, com potencial de causar danos individuais ou coletivos, ressalvado o
ânimo humorístico ou de paródia”, e foi ganhando volume a ponto de ter hoje o
dobro de artigos da proposta original.
Catapultada a status de
prioridade depois dos protestos (tentativa de golpe?) do, agora histórico, 08
de janeiro em Brasília, e se valendo da perspectiva de que crimes cometidos em
escolas por adolescentes logo no início do ano teriam sido incentivados através
de canais online, o PL 2630 começou a dividir opiniões entre aqueles que o vêm
como uma solução plausível e adequada e outros que o vêm como o precedente de
censura e controle de mídia.
Vale dizer que entre declarações
como “o WhatsApp é coisa de Satanás” ou “O PL2630 é coisa de país tirânico”,
uma verdade se sobressai, a de que o tema ainda está longe de ser esgotado e
que há sim a necessidade de maiores e melhores discussões sobre o assunto antes
que o projeto se torne Lei. Há ainda muitos pontos obscuros, falta de
definições claras de algumas condutas ali descritas; o conceito do que é
desinformação, por exemplo sumiu do texto. Uma das versões (já modificada) o
substituía por “comportamento inautêntico”, seja lá o que for isso. E, no
momento em eu escrevo, pois a votação feste foi adiada para mais discussões, não
há qualquer definição do que seja desinformação, fake News ou o tal conteúdo
inautêntico.
No cabo de guerra, o governo e
algumas empresas de comunicação (beneficiadas em razão da lei não se aplicar a
elas) dizem que provedores de conteúdo e mensageria privada estão disseminando
um terror injustificado e extremista contra a futura lei. Já os provedores
alegam que a falta de clareza de alguns pontos e certas posturas esperadas
destes podem acabar por criar mais desinformação e confusão do que já existem.
Fico com esses últimos, por
enquanto, até porque, em um aceno possível as hipóteses de censura que circulam
pela rede digital, o STF determinou que os provedores retirassem de seus
portais as informações com as impressões destes sobre o projeto de lei.
Opiniões que de forma bastante equilibradas traziam questionamentos sobre o projeto,
que, sejamos sinceros, foi pouquíssimo discutido com a sociedade e os usuários das
diversas mídias sociais.
Como dito acima, a necessidade de
uma lei para regulamentar as vias digitais, apontando responsabilidade e comportamentos,
visando transparência e maior proteção contra conteúdos nocivos é algo
imperioso, porém para que seja eficaz tem que ser clara e objetiva no que se
propõe, tem que ser discutida em relação a tecnicidade, a constitucionalidade,
a exequibilidade e a um equilíbrio que mantenha o sistema social funcionando de
maneira ordeira e sem sobressaltos desnecessários. E não pode ser uma colcha de
retalhos que misture direitos autorais, relações comerciais e outros
penduricalhos.
As leis não existem em razão
desse ou daquele comportamento pontual, mas precisam atender a demanda de toda
a sociedade organizada. Para que certos mecanismos de controle tenham eficácia
é preciso que se conheça a fundo o objeto de controle, de modo a prevenir
abusos ou excessos de facilidades. Claro que os provedores de mídia social
precisam assumir responsabilidade por conteúdos não moderados e nocivos em suas
plataformas, não podemos admitir mais que grupos extremistas, preconceituosos,
nazistas, pedófilos, etc. se perpetuem de modo a influenciar crianças, adolescentes
ou quem quer que seja à prática de atos criminosos ou perigosos.
Lembro o recente bloqueio do Telegram acusado de não fornecer dados sobre investigações policiais a respeito de grupos neonazistas, dados que segundo a empresa seriam impossíveis de serem entregues devido a limitações técnicas. Não vou discutir o fato em si, mas lembro que o Telegram era um mensageiro quase desconhecido há alguns anos aqui no Brasil, mas ganhou força justamente após bloqueios seguidos do WhatsApp, por motivos semelhantes. Ou seja, os usuários simplesmente foram buscar uma alternativa e será sempre assim. Portanto, não basta apenas bloquear essa ou aquela aplicação, é preciso investir seriamente em tecnologia de infiltração, em educação digital e social, criar mecanismos de inclusão e ferramentas de investigação eficazes. Como tudo isso interessa diretamente ao consumidor usuário das diversas redes sociais que operam na internet, não é cabível que um Projeto de Lei seja votado e aprovado sem uma ampla discussão que envolva a sociedade.