(Por Arauto 1 - ARAUTOS de Teolândia)
Creio na afirmativa
que diz que o ser humano não nasce sabendo fazer o que é “bom”,
por isso precisa ser educado desde os primeiros anos de vida, mesmo
antes de ir à escola. Isso porque nascemos com o “pecado
original” (crença minha) e também porque não é tão
fácil quanto necessário se enquadrar nas regras de vida em
sociedade, se não for devidamente preparado para isso.
Um dos métodos
eficazes no processo de ensino-aprendizagem é a imitação. A
criança imita aos seus pais inconscientemente e quando grande
continua imitando, porém de maneira consciente. O “Ídolo”, por
exemplo, é aquele que se torna referência para os demais. As
pessoas querem imitá-lo, ser como ele. O grande problema é quando
os referenciais são pessoas cujas condutas são questionáveis. Os
políticos, professores, juízes são exemplos de pessoas que se
tornam referência para as demais.
Uma revista de grande
circulação no país trouxe uma matéria cujo título é “A
negação da Justiça”. O texto trata do novo ministro do
STF, Luiz Roberto Barroso e daquilo que ele pensa. Segundo o texto, o
novo ministro acha que as leis brasileiras são rigorosas demais e
que as punições aos criminosos (quando acontecem) são
um exagero. Ele parece está se sentindo em casa, pois a maior corte
do país não tem um histórico de punir os criminosos do país.
Protagonistas de casos bárbaros como o da execução da Missionária
Dorothy Stang, do caso mensalão e tantos outros, estão em
liberdade. Há uma sensação de permissividade e relativismo no
país, que atinge a todos e é chancelado pelos posicionamentos das
autoridades, a exemplo dos ministros do STF, quando não punem
exemplarmente aos que deveriam ser punidos.
Esse sentimento tem se
espalhado e condutas ilegais parecem agora ser legais e morais. Não
raro ouvimos pessoas dizerem que a nossa justiça é lenta e fraca.
Isso se deve ao fato da impunidade referendada pelo Estado
brasileiro, enquanto que em países como nos Estados Unidos pessoas
que cometem crimes menores, tem uma punição a altura do crime
cometido e cumprem a pena que lhe é imputada. O que há com as leis
do nosso país? Será fragilidade da lei?
Acontece que o
sentimento da grande maioria da nação é exatamente o contrário. A
violência aumenta a cada ano e a população afirma que um dos
problemas é justamente a frouxidão das leis penais do país,
contradizendo o pensamento do Ministro. Parece existir dois mundos,
um onde vive o POVO que mantém a nação com o trabalho “servil”
e outro em um patamar acima, onde vivem os “senhores” deputados,
ministros e os detentores do capital, que nos olham de cima para
baixo. Há um distanciamento entre a vontade popular e a prática dos
seus representantes.
Em uma de suas
canções, Edson Gomes canta: “...a gente precisa de um
super-homem, que faça mudanças imediatas...”. Essa canção
parece ser atual embora não seja. A gente de fato espera não por
um, mas por vários super-homens para ocupar os cargos de Ministro,
Juiz, Promotor, Policial, Presidente, governador, prefeito, vereador,
vendedor, atendente enfim.
Precisamos de pessoas
mais comprometidas com a verdade e com o que é correto. Precisamos
acabar com o relativismo que justifica os erros e o “jeitinho
brasileiro”.
Não existe “jeitinho
americano” ou “jeitinho japonês”. O que parece existir
naqueles países são norma e regras a serem seguidas e fora disso, o
erro e a punição. Precisamos nos orgulhar de dizer que somos
brasileiros, que há em nossa nação pessoas que possam servir como
exemplo. Precisamos nos orgulhar também de ter uma justiça que
possa saciar a “sede” do povo por ela.
Essa permissividade e
relativismo que permeia as instituições, em especial a justiça,
gera um sentimento de que vivemos em um país sem rumo, onde “tudo
se pode fazer”. Quando teremos o país desejado? Para exemplificar
essa afirmativa, recentemente os “senhores parlamentares”
rejeitaram o pedido de cassação de um deputado condenado e preso. O
corporativismo impera a revelia do povo. “A gente precisa de
super-homens”.
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