Sala de espera de consultório médico, cheia. Com certeza você já percebeu o tédio que assola o lugar e cria aquele clima desagradável e soturno, eu leio a última edição de uma revista sobre quadrinhos e ouço Janis Joplin no MP3, a maioria das pessoas apenas espera, poucos conversam, acho que um velório seria mais animado, ao menos dois ventiladores bem distribuídos e o clima meio chuvoso não deixam o calor se intrometer na equação.
Quem se mete é um velhinho simpático que de repente, me tira a concentração da leitura para perguntar qual a especialidade em que vou me consultar - Otorrino... - respondo meio cabreiro, e ele, todo sorrisos "Ih! vai demorar, só tem um médico e esse pessoal todo está esperando também...Um absurdo"; a forma como ele diz isso não é lamuriosa ou enraivecida, é apenas uma constestação e nada mais. O velhinho sorri e se afasta para pegar um instrumento de metal que está em mãos de uma menina de uns 12 anos, ele se aproxima e pergunta - Ainda não conseguiu? - Eu passo a prestar atenção, é um quebra cabeças de encaixe, uma única forma de encaixar as peças e uma única forma de separá-las. Ele pega das mãos da menina as duas peças metálicas e com a maior naturalidade as separa - Viu? É fácil! Vou fazer de novo... Presta atenção. - E assim a curiosidade de todos é atraída para o velhinho, que desafia conseguir colocar e retirar a peça duas vezes. Várias pessoas tentam, nada. Chega a minha vez: "Presta atenção! É fácil". Eu viro e reviro a peça mas não consigo desfazer o nó brilhante a minha frente, todos se divertem e esperam a vez de tentar vencer o senhor sorridente. Eu passo a vez e ele começa a conversar comigo - Quer apostar quanto? - respondo que mnha avó me ensinou a "Teimar, mas nunca apostar" - Sábios conselhos - responde ele e o papo vai ficando animado. Falamos de habilidades com a coisas, de simplicidade, de como fazer uma boa cocada, de Deus (não de religião) e de como não ficar carrancudo na sala de espera do médico. De repente, percebo que ninguém mais está entediado, todos querendo tentar vencer o desafio do velhinho e se divertindo com isso. "Seu Jorge, consultório 08", chama o interfone - Finalmente - diz seu Jorge e segue para o consultório, Eu sou o próximo.
Quando entro no consultório ouço seu Jorge falando que está com fome, são 12h30 e ele está indo embora, seu quebra-cabeças ainda está passando de mão em mão. Na saída ainda vejo seu Jorge que, pacientemente, ainda diz, agora para as funcionárias da clínica: Vou fazer de novo, presta atenção! É fácil...
Obrigado seu Jorge! por uma manhã de consultório alegre.
2 comentários:
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