A KIKOSOFIA é um espaço de colaboração, no qual todas as vozes são acolhidas e respeitadas. Uma revista mensal feita por pessoas como você, com ideias por vezes convergente, mas nem sempre. Um local para debates e cooperação de ideias, de descobertas e criatividade, acolhedora da arte em todas as suas formas. Lutando pelo direito e liberdade de expressão, mesmo que não concordemos com nada do que for dito. Seja BEM VINDO e BOAS LEITURAS.
sexta-feira, maio 25, 2007
"Seu Jorge"
segunda-feira, abril 30, 2007
Caminho, verdade e vida
Outro dia uma amiga religiosa me perguntou se eu não acreditava em Deus pois nunca havia me visto falar em igreja, respondi que acreditava sim e que tenho uma fé muito grande no Criador. Minha formação religiosa foi católica, eu vivia, literalmente, dentro da igreja, na verdade quando não estava lá era porque estava em casa ou na escola, muitos em minha família apostavam que eu seria padre e isso me marcava tanto que meu apelido no colégio militar passou a ser esse, que de certa forma me acompanha até hoje entre os colegas mais antigos e alguns que se incorporaram depois.
Cresci e deixei pouco a pouco de freqüentar assiduamente a igreja, passei a ver inúmeras coisas com as quais não concordava, uma série de discrepâncias e paradoxos que limitavam, ao meu ver, o crescimento espiritual verdadeiro, não que tenha dúvidas sobre meu cristianismo, no qual como todo ocidental fui levado a acreditar, as dúvidas, na verdade com um questioamento simples: E aqueles que não tiveram oportunidade de conhecer "o Filho de Deus", como é que ficam? vão todos para o inferno?
As mais diversas e dissonantes respostas me foram dadas e não me convenciam. A dúvida passou a ser: Será que só a religião católica pode levar à salvação? E as outras igrejas cristãs? E por que tanta religião no mundo, se Deus é um só? Ele não poderia ter se revelado para todos de uma vez e tudo não seria melhor? - Eram perguntas que simplesmente não calavam em minha mente e para as quais as respostas dada não convenciam...
Um dia, com um amigo, fui visitar um templo Hare Krishna em Salvador e após alguns minutos de conversa um monge me disse: "Deus é como um pai, mas Ele crioou o universo e suas leis e não poderia seguir contra as suas próprias leis, assim o mundo evolui de acordo com seu ritmo estabelecido e assim também os povos: uns mais rápido e em condições mais favoráveis, outros em meio a batalhas pela sobrevivência, outros de forma lenta e gradual...A cada um Deus acompanha e em cada um Deus é visto de uma forma, aquela que melhor lhe é dado conhecê-lo segundo o seu entendimento...Como um pai que tem vários filhos de idades diferentes e a cada um, diante de uma mesma pergunta, Ele responde de modos diferentes, de acordo com o grau de entendimento e evolução, ao de 20 anos ele dá detalhes e explica baseado na lógica enquanto que ao de 05 ele faz comparações e brinca com as palavras de modo que a criança entenda ao seu modo o que ele respondeu... E ainda assim as duas versões são a verdade."
Alguns cientistas céticos dizem que nós somos programados geneticamente para crêr e que somente por isso existem as religiões e que Deus seria uma simples criação de nossa mente ansiosa por acreditar na verdade que nós mesmo criamos. Não conseguem ver que essa é uma das grandes provas da existência Dele. Somos uma parte da centelha divina e por isso cremos, por isso somos "programados para crêr", porque no fundo de nossas almas somos Ele.
Talvez o maior erro da maioria das religiões (em especial as ocidentais), é acreditar que devemos buscar Deus fora de nosso próprio eu, fora de nosso corpo; apesar de afirmações como "sois o templo do Espírito" e "O Pai está em mim, assim como está em vocês", parece que insistimos numa busca desenfreada por sinais externos da presença de Deus e então começam a aparecer as distorções: Imagens que não devem ser cultuadas, mas o são sob os auspícios das igrejas, que minimizam o fato alegando que não existe culto aos santos e que eles são lembrados apenas como exemplos de fé - Não se poder doar sangue para salvar uma vida, pois o sangue "pertence a Deus", como se ele fosse um vampiro ávido por nos sugar o "líquido da vida". - Virgens que nos esperam no Paraíso e das quais desfrutaremos pela eternidade (será que elas continuarão eternamente assim?) - Oferecimento de animais perfeitos em sacrifício para aplacar a "ira de Deus". E por aí vai.
Mas tudo isso também são formas de se acreditar, nesse ponto os senhores cientistas estão corretos, a forma como adoramos a Deus somos nós que criamos, assim como os diversos filhos de um pai o enxergam de maneiras diferentes e embora o seu amor por todos seja igual. Todos estão certos e todos estão errados, pois cada um só conhece determinado aspecto do Pai. O Pai de verdade só pode ser conhecido quando nos tornarmos Ele.
Technorati : opinião, religião
Powered by Zoundry
segunda-feira, outubro 30, 2006
Ética, indiferença e D.Rita...
A matéria me lembrou do enterro de minha avó, ocorrido no início desse ano. D. Rita era e irá continuar sendo a pessoa mais influente em minha vida, a que mais me transmitiu ensinamentos e vontade de viver e que me dá orgulho de dizer que sim eu fui criado por vó, sim. Ao lado de meus pais, mas por ela.
A lembrança me trouxe à memória os momentos em que passei só ao lado dela no velório, enquanto as pessoas ainda não chegavam, meu irmão e meu primo insistindo para que eu fosse comer alguma coisa e eu só querendo ficar ali, conversando com ela. Era dolorido, mas eu precisava fazer aquilo, ainda não tinha tido tempo de assimilar a situação; Vó sempre foi saudável e sua morte repentina chocou muita gente que a conhecia, mas como ela sempre disse; "pra morrer basta tá vivo, quando o Homem chama, não tem jeito..."
Eu ali, me despedia dela quando chegaram os amigos da igreja, dela e meus, e logo depois os parentes, os sobrinhos-netos dela, meus primos e no momento mais sensível, meu pai. Todos nós extremamente cuidadosos com ele e sua frágil saúde, ele estava simplesmente desolado, chorava e quase não se segurava em pé. Seus primos e tios riam. Alegres por se reverem, alguns há anos distantes, esquecidos de D. Rita que certamente observava de algum lugar, alegre ter proporcionado tal reunião e meio triste, por meu pai e alguns verdadeiramente sentidos.
Ninguem se importava com a morte. Todos estavam apenas ali, "para enterrar mais um, antes que a vida o enterre..." e só. Fiquei ainda mais triste, minha vó partia e eu só conseguia ouvir os risos de reencontros, meu pai chorava, os outros, esses apenas esperavam o término para ir tomar uma cervejinha no bar em frente ao cemitério. Indiferentes à falta que ela faria.
Mas quando em nosso mundo ficamos indiferentes a tanta coisa, que poderia eu esperar?

Você já imaginou a proporção dos problemas que existem no mundo? Já tentou visualizar em sua mente aqueles dados populacionais citados em reportagens especiais e aulas de geografia política? difícil imaginar bilhões e bilhões, mas se em vez de bilhões, fosse centenas? Você imaginaria mais facilmente os problemas do mundo? Quer tentar? então clique na figura acima e veja um pequeno filme em flash que tenta reduzir o planeta há apenas 100 pessoas e veja como fica mais fácil visualizar o mundo em que você está.