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sábado, dezembro 30, 2006

Eu te disse...Eu te disse...

Em maio vimos acontecer em São Paulo algo que não era inédito nas páginas jornalísticas brasileiras, mas que pela primeira vez chamava a atenção da mídia de forma tão barulhenta, por quase uma semana, bandidos atacaram o estado com proporções jamais vistas; eram ataques visivelmente coordenados que só acabaram quando o estado rendido procurou as escondidas os chefes da bandidagem para negociar, claro que isso é negado até hoje, afinal quem tem boca diz o que quer, mesmo que os fatos falem o contrário.
Agora vemos a situação novamente acontecer, dessa vez o Rio de Janeiro é o palco do confronto. E novamente vemos desculpas esfarrapadas, "o governo sabia do ataque por isso não foi pior, pois pôde se prevenir"... Morreram quase duas dezenas de pessoas inocentes, mas o governo "sabia" e tomou medidas....Imagine se não soubesse. Reproduzo abaixo o que disse à época dos ataques em maio.

...Se nada for feito quando essa onda de violência passar, estaremos dando um aval para que novas e mais agressivas tsunamis se formem; é esse o momento para deixar de lado o discursso do social e da política, para adotar medidas de eficácia imediata. As medidas sociais (por mais investimento que tenham e por mais necessárias que sejam) só começarão a dar frutos daqui a algumas décadas, não temos esse tempo todo; agora o que precisamos é nos conscientizar que vivemos uma guerra e o Estado não pode ficar impassível diante disso, ou as medidas são duras e rápidas, ou fazemos agora as mudanças que garantam a segurança e o fim dessas organizações criminosas ou então teremos ainda muitas noites de terror no horizonte enevoado que vislumbro a frente...

Agora digam que eu não estava certo.
Afinal, quando começaremos a discutir seriamente a questão da violência em nossas cidades?
A ministra ficou sem o carro e fizeram um escarcéu daqueles, exigiram a Polícia federal, etc. E nós? merecemos o quê? Sermos queimados nos ônibus que trafegam pela cidade?

quinta-feira, dezembro 28, 2006

PREVISÕES PARA 2007

Coisa comum no final de ano são as previsões para o ano seguinte, feitas em programas de variedades e até telejornais sérios na TV; claro que no ano seguinte essas previsões são confrontadas e, algumas não concretizadas são atribuídas a uma “má interpretação dos astros, dos búzios ou das cartas”, afinal somos dotados de “livre arbítrio” e “podemos, às vezes, mudar nosso destino”.
Já que é assim o Kikosofia resolveu consultar seu grande especialista em artes místicas, estudioso das artes divinatórias e dos mistérios que rondam nossa “vã filosofia” para fazer as suas próprias previsões, COM UMA DIFERENÇA: TODAS ELAS SE CONCRETIZARÃO exatamente como previstas, podem cobrar no final de 2007.

1 – Em janeiro todos os Estados terão novos governadores ou pelo menos, terão renovados os mandatos de alguns, que ganharão mais 04 anos para dizer que estão melhorando a vida da população;
2 – Em fevereiro quase toda a população da Bahia e do Recife irá às ruas por quase uma semana e ficará pulando feitos loucos, hipnotizados por um ritmo musical alucinante, no Rio de janeiro e São Paulo as pessoas irão se amontoar em arquibancadas para ver personagens fantásticos desfilando pela rua;
Ainda em fevereiro os Senadores e Deputados irão tentar aumentar seus salários de forma vergonhosa, sem dar a mínima para o que pensam seus eleitores, o farão dizendo que assim garante menor atrativo para a corrupção dos eleitos;
3 – Na economia o País irá crescer bem menos do que quer o povo e do que diz o governo;
4 – Escândalos políticos marcarão o primeiro semestre...E o segundo também;
5 – Haverá ao menos três mortes de pessoas famosas, que comoverão o povo, ao menos uma delas será brasileira. Ela poderá ser do teatro, da música, do cinema, da política, da televisão, do sociedade...
6 – Pelo menos cinco celebridades casarão...Ao menos duas irão se separar em menos de um ano;
7 – Rubinho Barrichello não irá ser campeão da fórmula um em 2007 e quebrará ao menos uma vez durante a temporada;
8 – A Globo continuará realizando novelas extremamente bem filmadas, mas sem conteúdo nenhum;
9 - Haverá uma grande catástrofe envolvendo água, em algum lugar da terra;
10 – O número de guerras no mundo não diminuirá em 2007;
11 – No Iraque continuarão ocorrendo ataques suicidas e mortes de inocentes, os Estados Unidos continuarão afirmando que “estão ganhando a guerra”;
12 - George Bush não deixará de ser visto como um pateta, o homem mais poderoso do mundo, mas um pateta;
13 – Haverá ataques terroristas de grupos contrários ao EUA, mesmo que esses ataques sejam fora de seu território;13 – o PAN 2007 transcorrerá em clima de tranqüilidade, mas depois disso o Rio continuará a ser dominado pelos bandidos, a imprensa especulará que houve um acordo entre o governo e os chefes do tráfico, pior, talvez seja verdade.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Fim de ano

É a coisa mais comum do final de ano: Promessas. Que, é claro, não serão cumpridas ao longo do ano seguinte, ou não seriam “promessas de fim de ano”. Claro que já fiz as minhas e, claro, que espero cumpri-las, mas só o tempo poderá dizer se conseguirei ou não.

Final de ano é também um momento onde devemos refletir sobre o passado recente, vide a audiência dos programas televisivos de retrospectiva e verá que tenho razão, mas não se trata de apenas rememorar o que passou e sim da oportunidade de ver quais passos demos ao longo dessa caminhada e de que forma eles nos aproximaram ou afastaram de nossos objetivos.

Acredito que viemos todos ao mundo para aprender e evoluir a cada dia, não acredito em involução, o que me faz dizer que também não acredito no inferno, pelo menos não inferno dantesco ou no eterno fogo bíblico. Não acho que Deus seria essa figura tão vingativa ou que existam pecados numa vida que possam condenar alguém à eternidade, ao menos não no sentido verdadeiro da palavra.

Nem por isso quer dizer que acredite em reencarnação, por exemplo; como disse, acredito em evolução e não seria evolução voltar a esse plano para “espiar os pecados”. Paradoxalmente acredito na chamada “Lei do Karma”, presente na maioria das religiões, embora com nomes diferentes; ou você acha que “fazer aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem...” é o quê?

Portanto, caros leitores, final de ano é a época para reviver os fatos que marcaram os últimos trezentos e sessenta e cinco dias e repensar nossas atitudes, observando onde elas nos fizeram evoluir mais um degrau ou, quando apenas elas nos fizeram estagnar no mesmo lugar. É hora de rever as estratégias que deram certo, modificar aquelas que poderiam produzir melhores resultados e deixar de lado as que nos mantiveram estanques.

O ano que chega marca o início de um novo ciclo e acreditar que isso é real e não apenas a passagem de mais um dia, pode significar a diferença entre permanecer alheio as mudanças ao nosso redor, sendo consumido por elas, ou fazer parte dessas mudanças, influenciando através de suas atitudes na construção do futuro comum.

Há muito que fazer e muito que aprender ainda, afinal, a vida não possui sentido se não é vivida em plenitude. E a plenitude requer envolvimento e compromisso, que não chegam se não houver vontade e mais que tudo, coragem. Coragem para poder saber que se está vivo e aceitar isso como um presente que deve ser aproveitado da melhor forma possível. Feliz 2007, que ele comece de verdade dentro de você.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Feliz Natal!

O Kikosofia deseja a todos os que por aqui dão uma paradinha pra escutar com sua própria voz interior as minhas pequenas loucuras um feliz natal e que no próximo ano possamos dar rumo a essa nau desgovernada que tem sido nosso blog.






terça-feira, dezembro 19, 2006

Morre Joseph Barbera


Quem cresceu acompanhando os desenhos da TV ficou hoje um pouco órfão. Joseph Barbera, que juntamente com William Hanna (falecido em 2001), criou alguns dos maiores ícones da animação mundial, faleceu ontem (18/12) de causas naturais em sua casa em Los Angeles, aos 95 anos.

Joseph e William iniciaram em 1937 uma parceria que iria durar mais de 60 anos, na qual personagens inesquecíveis foram criados e se tornaram conhecidos mundialmente: Tom e Jerry (criados para o MGM estúdios), Os Flintstones, Os Jetsons, Scooby Doo, Don Pixote, Johnny Quest, entre outros que alegraram e alegram as tardes de muitas crianças.

Os dois começaram a trabalhar juntos no estúdio de Paul Terry, contratado para desenvolver o setor de animação da MGM e lá começaram uma incrível parceria que culminou com a criação, em 1957, da Hanna-Barbera Productions, onde desenvolveram um novo método de animação que revolucionou a indústria, tornando mais rápido o processo e permitindo a criação de inúmeros clássicos para os shows de TV. O primeiro grande sucesso do novo estúdio foi uma família da idade pedra que usava e abusava de coisas "pré-históricas" emulando aparelhagem doméstica e outra facilidades modernas (quem é capaz de esquecer os carros movidos a pés ou os guindastes de dinossauros e o controle remoto que era um pequeno pterodáctilo). Durante os anos 70 o Hanna-Barbera era o estúdio dominante nas redes de TV americanas, sendo responsável por cerca de 70% de toda a produção dos shows para crianças nas manhãs de sábado; o que lhes valeu ganhar 07 prêmios Emmy e um Globo de ouro, entre outros.

Para saber mais: Biografia de Barbera - Biografia de Hanna -

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Onde fica a indignação?

Quem tem acompanhado as notícias e as olha com um pouco mais de interesse e reflexão já deve ter percebido há quantas anda a banalidade com que a vida humana vem sendo tratada, pessoas estão morrendo de formas tão absurdas e por motivos tão banais que é impossível não me perguntar onde está a indignação do população com tanto que vem acontecendo. Morre-se hoje, ou melhor, se é assassinado hoje em dia não apenas por matadores sádicos, mas por pessoas que geralmente nos são próximas, cunhadas que seqüestram e fingem ter sido assaltadas, vizinhos que pulam a janela e matam um casal de velhos, namoradas (os) que matam seus parceiros por ciúmes, amigos que matam após terem seqüestrado e roubado os "amigos" para não serem reconhecidos e em nome de um Deus que pede apenas Amor ao próximo. Ontem ouvi de um garoto de 15 anos que um homem tentou furar de faca o seu irmão de 10 anos por causa de uma garotinha que ele diz ser sua namorada... Coisas que levam um amigo meu a comentar sempre que é muito melhor lidar com o bandido profissional, pois desse a gente sabe o que esperar.
E nós apenas observamos tudo isso e nos trancamos em casa sem realmente nos importar, dizendo amém para aqueles que nos roubam a vontade, para aqueles que nos deveriam representar e nada fazem em nosso benefício, mas que aumentam seus salários absurdamente.
Até quando ficaremos em nossas casas esperando que o ocorrido em maio na cidade, ou melhor, no estado de São Paulo, volte a acontecer em outros estados? Será que realmente perdemos a nossa capacidade de indignação e ficaremos apáticos ao que ocorre à nossa volta? Será que vou ter que ouvir sempre, como ouvi essa semana de um jovem, que "não adianta nada lutar"? Até quando iremos aceitar tanta loucura e tanta falta de valores? Será que não percebemos o abismo para o qual estamos caminhando?
É preciso, e isso urgentemente, que reaprendamos a dar valor a coisas como educação, família, honra, solidariedade, justiça e amor ao próximo ou seremos todos surpreendidos ao ver nosso amigo ou irmão ou amante ou filho com uma faca nas mãos nos atingindo pelas costas por causa de cinqüenta reais...

quarta-feira, dezembro 06, 2006


AIDS e preconceitos ainda

Há alguns meses um amigo meu ficou gravemente doente, de início não se sabia bem o que ele tinha, inúmeros exames foram feitos sem se chegar a um resultado positivo. Claro, de imediato as pessoas começaram a especular sobre a causa de sua magreza e visível fragilidade, criando as mais diversificadas doenças para o pobre, também claro é que chegaram a um veredicto, sim, pois a vida do rapaz passou a ser esmiuçada, julgada e condenada sem que lhe dessem qualquer direito de defesa. Ele estava de AIDS e pronto, assim determinavam os ignorantes.

Seria indispensável dizer que esse meu amigo não possui o vírus da Imunodeficiência, o tão afamado HIV e que sua fragilidade e repentino emagrecimento decorreram de outros problemas, graves, mas ainda assim distantes de serem a tão temida “doença”. Meu amigo está em tratamento; um delicado tratamento, diga-se de passagem, mas passa bem e com boas chances de recuperação, embora alguns até como morto já o tenham dado.

É triste perceber que, mesmo após tantos anos de publicidade e convivência com o problema da AIDS, ainda tenhamos tanto preconceito e desinformação sobre ela; o que nos faz refletir no quão pouco eficientes tem sido as inúmeras campanhas alertando sobre as formas de contágio e sobre as conseqüências da síndrome imunológica que ganhou o mundo a partir dos anos 80.

Tenho no meu círculo de familiares e amigos pelo menos duas pessoas que são portadoras do vírus da imunodeficiência humana. Se isso me assusta ou me afasta dessas pessoas? Nem um pouco. Se meu tratamento com elas mudou desde que se descobriram portadoras e tornaram isso público, ao menos para os mais íntimos? Também não. Estão essas pessoas à beira da morte? De forma alguma.

Só para mostrar como a situação de contágio não é um clichê de seringas injetáveis ou relações homossexuais ou mesmo promiscuidade, digo logo que uma dessas pessoas nunca sequer fumou um baseado e só transou com uma ou duas pessoas durante toda a vida; mas simplesmente fez uma escolha errada ao longo do caminho, deixando a confiança em alguém com que conviveu por muito tempo lhe cegar a prudência. Coisas do destino, diria alguém.

Essas pessoas vivem bem. E não aparentam estar doentes ou à beira da morte, ao contrário, têm a plena consciência de que podem viver muito e de maneira bastante saudável; ninguém os olharia na rua e diria “esses aí são aidéticos” ou que estão condenados à morte, como, aliás, todos nós estamos.

A AIDS não tem cura e isso é um fato. Mas não se pode dizer que a vida de uma pessoa com o vírus está acabada, com os avanços decorridos ao longos das duas últimas décadas, muitas coisas mudaram e os portadores hoje conseguem viver por vinte, vinte e cinco ou mais anos, controlando em níveis baixíssimos a quantidade de vírus, vivendo e trabalhando por seu sustento, se relacionando responsavelmente com outras pessoas, amando e tendo esperanças de que um dia a cura chegará definitivamente.

Hoje, no entanto, o que precisa ser curado é o preconceito e a falta de informação.

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