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domingo, julho 14, 2013

Manifestações vandalismo e cegueira intelectual?



É engraçado como algumas pessoas, ditas intelectuais, pensadores, revolucionários, não vêm a própria cegueira ao militar em nome de uma pseudo causa democrática (ou utopicamente anárquica), em que para criticar o dito “sistema” escolhem qualquer absurdo em nome dessa crítica. Durante o último mês, uma série de manifestações justas e necessárias se alastrou pelo País, o gigante adormecido acordou e foi às ruas em busca de expressão, no entanto, como ocorre em toda aglomeração de pessoas (ordenadas ou não), sempre há aqueles cuja motivação é dissonante da maioria, então não é exatamente surpresa que inúmeros personagens nesses episódios tenham apelado para a violência e o vandalismo. Claro, houve em consequência, inúmeros embates com as forças policiais pelo País afora na tentativa de restaurar alguma ordem e, embora aqueles dissidentes da maioria tenham ido às ruas armados do mais puro espírito belicista, foram, as forças policiais, declaradas culpadas pela “repressão”; note-se que tais embates começavam quase sempre nos finais das manifestações, quando grupos se desgarravam da maioria e iniciavam ações condenáveis e muitas vezes criminosas, só não vistas assim pelos tais eternos críticos, que (surpresa!) culpavam pelo conflito iniciado à polícia, que teria infiltrado agentes repressivos para criar a baderna e assim, minar a força do movimento, teoria no mínimo questionável, mas aceita como inconteste pelos senhores críticos de plantão. Claro que as Polícias têm agentes de inteligência no meio da multidão, são eles que fornecem informações para orientar as ações dos comandantes, como intenções dos manifestantes (pacíficas ou não), suas linhas de ação, planos, reivindicações, etc. Tudo feito de maneira legal, lógica e legítima (ou vocês acham que os líderes das manifestações também não têm pessoas com acesso à informação no lado oposto?). Durante o dia nacional de mobilização (organizado por diversos sindicatos), novamente o gigante, antes letárgico, foi às ruas gritando por independência e outras causas justas, novamente vândalos e baderneiros, criminosos e arruaceiros foram ao embate munidos de rojões (que atiravam contra policiais acuados), bombas e coquetéis molotov; alguns foram denunciados e presos, mas vejo agora nas redes sociais, esses mesmo pseudo pensadores tentando defender a atitude de tais criminosos, afirmando que ela é legítima e é culpa dos já batidos  “agentes da repressão”, chegam ao ponto de comparar os cidadãos (estes sim querendo uma manifestação pacífica), a “X-9 puxa-sacos  querendo aparecer na TV”, não percebem o absurdo do que dizem e se contradizem ao mesmo tempo quando logo depois tentam empurrar o discurso do pacifismo  reprimido pelas forças policiais; como diria vovó, faça-me uma garapa! A verdade é que esses senhores não tem noção da realidade, vivem uma eterna fantasia anárquica, descabida de qualquer realidade, acham que todos deveriam adotar seus estilos de vida alternativa, que a solução para o planeta é voltar aos tempos das cavernas, abolir a tecnologia, abolir a política, exterminar qualquer tipo de organização policial e deixar que as pessoas governem a si próprias, sem regras preestabelecidas, sem leis, sem governo; esquecem que mesmo nas comunidades onde se tentou viver o anarquismo, existiam regras, condições para exercer o tal livre arbítrio, para viver sem autoridade e, mesmo lá existia algum tipo de organismo fiscal para “orientar” os que fugissem a tais condições. Uma amiga minha, falando sobre a repressão policial nas manifestações, ironizou dizendo que “spray de pimenta e bala de borracha não doem nadinha, né?”, eles doem sim, são instrumentos de dispersão que causam incômodos e podem realmente ferir (raríssimas vezes até com gravidade), mas são equipamentos legais, utilizados por pessoas profissionais e em segurança; já os tais rojões e coquetéis molotov são armas que utilizadas contra pessoas podem matar, causar incêndios, ferir gravemente pessoas. Esses têm sido os instrumentos defendidos por esses senhores do contra, saudosistas de uma tal revolução que não aconteceu em lugar algum do globo. Eles continuarão se contradizendo, alegando ser pacifistas e incentivando o vandalismo, gritando por democracia e condenando suas conquistas, pedindo liberdade e se aprisionando cada vez mais em sua discriminação.

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